São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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Líder e vocalista da banda, Eddie Vedder fala à Folha sobre os cinco shows que fará no país

Enfim, Pearl Jam

Jaime Puebla - 17.jul.2003/Associated Press
O vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder, que vem ao Brasil neste mês "justificar a espera" de anos


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Há 15 anos que a história é a mesma. Janeiro chega, começam os rumores de quais artistas pop vêm tocar no Brasil. E toda vez, sim, TODA VEZ, duas bandas são sempre citadas como as que finalmente visitariam o Brasil: Pearl Jam e Pink Floyd.
Bem, esta última deve continuar freqüentando as previsões de shows para o ano que vem, já o Pearl Jam vem, e vem com a missão de "justificar" e "fazer por merecer a espera", como afirmou à Folha Eddie Vedder, o recluso líder e vocalista da banda, além de ativista político/ambiental.
Pearl Jam fará, a partir do dia 28, cinco shows no Brasil, país no qual já venderam 1,2 milhão de cópias de seus sete discos de estúdio -no mundo, são 46 milhões. Além desses, a banda, a partir de 2000, passou a lançar dezenas de discos ao vivo, cada um deles contendo material de shows.
Pearl Jam é o último sobrevivente do grunge, o movimento saído de Seattle que expeliu Nirvana, Soundgarden, Alice in Chains, Mudhoney (que abre os shows do Pearl Jam aqui), que mudou a moda e o comportamento do rock para sempre.
A seguir, Eddie Vedder.
 

Folha - É a primeira vez que vocês farão shows no Brasil, mas você já veio ao país, certo?
Eddie Vedder -
Sim, vim com os Ramones, em 1996, quando eles foram tocar aí. Era muito amigo de Johnny [Ramone; guitarrista, já morto]. Mas passei a maior parte do tempo no hotel, ou no carro. Vi Dee Dee [baixista dos Ramones, já morto] se desentender com alguém e bater nele... Os Ramones, no Brasil, tinham a atenção que mereceriam receber no resto do planeta. Mas eles viajaram muito ao Brasil, então isso se justifica. É estranho porque, vendo aquilo, me sinto como se o Pearl Jam não merecesse toda a atenção que estamos recebendo, já que é a primeira vez que vamos ao Brasil.

Folha - Há algumas semanas houve uma polêmica aqui, envolvendo a Prefeitura de São Paulo, moradores da região do estádio onde será o show e os promotores do evento. Os moradores reclamavam do barulho e do transtorno envolvendo o show, mas no final a prefeitura liberou o estádio. Você ficou sabendo da história? O que acha de fazer shows em estádios?
Vedder -
Estávamos trancados no estúdio, gravando músicas para o próximo disco, então não ficamos sabendo disso. Mas o problema parece ter sido contornado, por isso não chegou até nós. Acho que o rock and roll não recebe o reconhecimento que deveria, por tudo o que proporciona. Digo isso porque em Seattle, por exemplo, a cena musical ajudou a cidade a ser conhecida mundialmente, até financeiramente, então os artistas mereciam um respeito muito maior do que o recebido.
Quando tocamos em estádios nos preocupamos com a segurança dos fãs. Principalmente desde o que aconteceu em Roskilde [em 2000, oito pessoas morreram esmagadas durante show da banda no festival dinamarquês], é a nossa maior preocupação. Temos pessoas que viajam antes aos locais para garantir a segurança.


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