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Festival protesta com "beijaço" gay nas telas
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
Os indignados com a ausência do beijo entre os personagens Junior e Zeca no final de "América" irão à forra
hoje, na abertura, para convidados, do Mix Brasil, às
21h. Como protesto contra o
"não-beijo" da novela, os
realizadores do festival criaram uma montagem com os
melhores beijos que serão
mostrados em filmes do
Mix. Serão exibidas sete cenas românticas entre casais
gays antes dos filmes de
abertura, nas quatro salas do
Reserva Cultural, "HellBent", de Paul Etheredge-Outz e Joseph Wolf, "Borboleta", de Yan Yan Mak, e das
sessões de curtas. Em comum, as cenas do "beijaço"
são concluídas com beijos
calientes.
"A idéia é mostrar o clima,
a seqüência que leva ao beijo, que é o contrário do que a
Globo fez; não vamos criar
um anticlímax, mas mostrar
que o beijo é uma demonstração de afeto entre dois homens", diz André Fischer,
criador do festival e colunista da Revista da Folha. Ao
longo de dez dias, o Mix vai
trazer 300 beijos gays.
Segundo diretores que
participam do festival, beijos
gays ainda são tabu. "Meu
curta já passou em dez festivais no Brasil e no exterior, e
a cena do beijo entre duas
meninas ainda incomoda as
pessoas", diz Gustavo Galvão, diretor de "Danae".
"Uma cena assim deveria ser
encarada como algo normal,
mas ainda causa estranhamento." Eduardo Aguillar,
de "O Jogo", também com
duas garotas se beijando,
sentiu o "estranhamento" na
filmagem. "As atrizes travavam quando tinham que se
beijar. Quanto mais cenas de
carinho entre pessoas do
mesmo sexo forem exibidas
em filmes, mais isso será
considerado normal." Galvão concorda: "Cada vez que
a gente mostra cenas de
amor entre pessoas do mesmo sexo estamos fazendo
um trabalho de formiguinha
para que o preconceito diminua".
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