São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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Evento destaca Ozon, noite e terror

DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua 13ª edição, o Mix Brasil dá foco a produções sobre a noite, afinal, é lá que a diversidade sexual costuma se revelar de corpo inteiro. "Não é sobre a cultura clubber, porque senão fica pobre, mas para olhar como a noite é um momento de se repensar a vida, afinal essa é também uma das razões da própria sala escura do cinema", conta Suzy Capó, uma das diretoras do festival.
Para tanto, uma das sessões do festival, "It's Party Time", apresenta um balanço da produção sobre a cena noturna a partir dos anos 70. É o caso de "Kinky Gerlinky", de Dick Jewel, com cenas do legendário clube britânico, no início dos anos 90, com a participação de estrelas da noite, entre elas, Roberta Close. Nessa sessão, são exibidos ainda o clássico "Paris Is Burning", de Jennie Livingstone, sobre a noite nova-iorquina, e o novo "São Paulo Noite 2000", de Rodrigo Dutra, Dácio Pinheiro e Daniel Zanardi.
Para este ano, além da noite e da costumeira programação de curtas, o Mix se volta para produções chinesas e sul-africanas, e o diretor homenageado é o francês François Ozon, que comparece em duas sessões de curtas e médias do início de sua carreira (veja programação completa em http://mixbrasil.uol.com.br/festival/mixbrasil13/home.htm).
Como esta é 13ª edição do evento, o número 13 foi assumido com um programação de filmes de terror, com produções como o clássico "Nosferatu", de F. W. Murnau e "Hell Bent", um dos filmes que abre hoje a mostra, do norte-americano Paul Etheredge-Ouzts.
Outro foco do festival é a sessão Resgate. "Todo ano tentamos resgatar filmes que são inéditos ou pouca gente viu", conta André Fischer, também diretor do festival. Para a 13ª edição, Rubens Machado Junior assina a curadoria desse segmento e apresenta filmes históricos do underground brasileiro dos anos 70, entre eles "Agrippina É Roma-Manhattan", de Hélio Oiticica, e "Amsterdã Erótica", de Paulo Bruscky.
No total, o Mix 2005 apresenta cerca de 200 produções de 20 países, em oito espaços da cidade. Após São Paulo, o festival segue para o Rio de Janeiro (22/11 a 4/ 12) e Brasília (30/11 a 11/12). O orçamento total do evento é R$ 450 mil. "De certa forma, estamos estabilizados, o tamanho é o mesmo do ano passado, e há até menos filmes brasileiros, pois estamos ficando mais rigorosos. Já passou o tempo em que só porque era brasileiro entrava. Agora interessa também qualidade", diz ainda Capó. (FCY)

13º Festival de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual - Mix Brasil 2005
Quando:
abertura, hoje (para convidados); de 10 a 20/11
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil; Galeria Olido; Cinesesc; Espaço Unibanco de Cinema; Reserva Cultura; Cinusp; House of Erik!a Palomino; Instituo Tomie Ohtake


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