São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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ESTRÉIA

"No Angels" leva humor inglês a hospital

BEATRIZ PERES
EDITORA DO EQUILÍBRIO

Quando percebem que um de seus pacientes morreu há várias horas, quatro enfermeiras recorrem a um banho quente para reaquecer o morto e enganar os médicos. A cena aparece cedo no primeiro episódio e avisa aos telespectadores com que registro de humor trabalha a série inglesa "No Angels".
A produção do Channel Four, que já teve duas temporadas, acompanha a rotina de quatro jovens enfermeiras (Jo Joyner, Louise Delamere, Sunetra Sarker e Kaye Wragg) que moram juntas em Leeds e trabalham num hospital público local.
No cotidiano do hospital, além de soluções implausíveis para problemas como o da cena acima, as personagens se vêem às voltas com médicos abusivos e uma nova regra para evitar que as marcas da calcinha possam ser vistas sob os uniformes -o que distrairia os médicos e poderia comprometer o tratamento dos pacientes.
As enfermeiras inglesas chiaram, é claro, reclamando do reforço de preconceitos contra a classe profissional.
Mas, muito mais do que o trabalho, o que conduz a série é a busca das garotas por diversão, amor e, principalmente, sexo.
Impossível não pensar em Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda, de "Sex and the City", em versão britânica e classe média baixa.
Enquanto as protagonistas da série americana ditavam moda e comportamento, comprando caríssimos vestidos e sapatos (todo mundo ficou sabendo o preço astronômico de um Manolo Blahnik...), as inglesas são um retrato bem mais realista das trabalhadoras pobres, que carregam na maquiagem vulgar, ficam bêbadas em festas de segunda linha e acordam na mesma casa cada uma com um parceiro descoberto na noite anterior.
No mais, o principal atrativo de "No Angels" acaba ficando mesmo por conta de um ponto de vista que não é o tradicional americano, dominante nos seriados.


No Angels
Quando:
amanhã, às 21h, na GNT


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