São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2006

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Turnê de Arnaldo Antunes estréia hoje

Cantor e compositor faz no Ibirapuera shows baseados no novo álbum, "Qualquer'

Disco não tem bateria, mas a presença de violões, pianos e instrumentos próximos soam com o vigor de apresentação ao vivo


RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"É mais amadurecimento do que negação", explica Arnaldo Antunes sobre seu disco novo, "Qualquer", que tem sua estréia oficial nos palcos hoje, no auditório Ibirapuera.
"É um disco que afirma tudo o que fiz, os laços estão todos aí." Pode parecer estranho, vindo do cantor e compositor que por tantos anos foi membro de um grupo roqueiro como os Titãs e que tanto se dedicou em suas músicas a experimentar -em sons, palavras, formatos.
Agora, ele se lança à introspecção, delicadeza, suavidade e doçura, nas palavras dele próprio. "Sempre me senti mais próximo do rock'n'roll pelo espírito libertário do que por uma camisa-de-força de gênero", observa Antunes.
"Mesmo nos Titãs, dentro daquela coisa rock, era inegável a incorporação das tradições da música brasileira na nossa maneira de compor. Nunca me encaixei nessas separações, sempre odiei todos os rótulos."
Rótulos como MPB, por exemplo? "Olha, de todos, esse é até que bem confortável", diz ele. "Porque quer dizer simplesmente Música Popular Brasileira, sem falar em gêneros. Nos anos 80, havia um preconceito forte contra a MPB, mas isso nunca existiu dentro dos Titãs", conta ele. "A gente não viveu a passeata contra a guitarra elétrica, a minha geração pegou o terreno conquistado. Eu pude ouvir sem preconceito Led Zeppelin e Clementina de Jesus."
Gerado a partir da idéia de fazer um disco sem bateria, só com violões, pianos e instrumentos parentes, mas registrado com sonoridade de banda, tocado ao vivo, "Qualquer" vai surgir no palco com sonoridade parecida e repertório amplo.
O disco foi registrado com cinco músicos, entre eles Dadi Carvalho, Edgard Scandurra e Daniel Jobim. O show acontece com acompanhamento de três músicos: dois violões/guitarra e um teclado/acordeão.

Antigos sucessos
E, além das canções do CD, aparecem ainda canções como "O Pulso" e "Não Vou Me Adaptar", ambas dos tempos de Titãs, mais versões de músicas dos Novos Baianos, Lupicínio Rodrigues e Caetano Veloso.
"No começo, estava um pouco temeroso e curioso sobre como seria a reação do público a esse novo show", comenta. "Mas fizemos alguns testes e tem sido legal. A única diferença é que é menos dançante, mas quem assiste entende. São arranjos que ressaltam as canções, dá para saborear cada palavra", avalia o artista.


ARNALDO ANTUNES
Quando:
hoje, amanhã e dom., às 20h30
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, portão 2, pq. Ibirapuera, tel. 5908-4290)
Quanto: R$ 30


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