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Turnê de Arnaldo Antunes estréia hoje
Cantor e compositor faz no Ibirapuera shows baseados no novo álbum, "Qualquer'
Disco não tem bateria, mas a presença de violões, pianos e instrumentos próximos soam com o vigor de apresentação ao vivo
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"É mais amadurecimento do
que negação", explica Arnaldo
Antunes sobre seu disco novo,
"Qualquer", que tem sua estréia oficial nos palcos hoje, no
auditório Ibirapuera.
"É um disco que afirma tudo
o que fiz, os laços estão todos
aí." Pode parecer estranho, vindo do cantor e compositor que
por tantos anos foi membro de
um grupo roqueiro como os Titãs e que tanto se dedicou em
suas músicas a experimentar
-em sons, palavras, formatos.
Agora, ele se lança à introspecção, delicadeza, suavidade e doçura, nas palavras dele próprio.
"Sempre me senti mais próximo do rock'n'roll pelo espírito libertário do que por uma camisa-de-força de gênero", observa Antunes.
"Mesmo nos Titãs, dentro
daquela coisa rock, era inegável
a incorporação das tradições da
música brasileira na nossa maneira de compor. Nunca me encaixei nessas separações, sempre odiei todos os rótulos."
Rótulos como MPB, por
exemplo? "Olha, de todos, esse
é até que bem confortável", diz
ele. "Porque quer dizer simplesmente Música Popular
Brasileira, sem falar em gêneros. Nos anos 80, havia um preconceito forte contra a MPB,
mas isso nunca existiu dentro
dos Titãs", conta ele. "A gente
não viveu a passeata contra a
guitarra elétrica, a minha geração pegou o terreno conquistado. Eu pude ouvir sem preconceito Led Zeppelin e Clementina de Jesus."
Gerado a partir da idéia de fazer um disco sem bateria, só
com violões, pianos e instrumentos parentes, mas registrado com sonoridade de banda,
tocado ao vivo, "Qualquer" vai
surgir no palco com sonoridade
parecida e repertório amplo.
O disco foi registrado com
cinco músicos, entre eles Dadi
Carvalho, Edgard Scandurra e
Daniel Jobim. O show acontece
com acompanhamento de três
músicos: dois violões/guitarra
e um teclado/acordeão.
Antigos sucessos
E, além das canções do CD,
aparecem ainda canções como
"O Pulso" e "Não Vou Me Adaptar", ambas dos tempos de Titãs, mais versões de músicas
dos Novos Baianos, Lupicínio
Rodrigues e Caetano Veloso.
"No começo, estava um pouco temeroso e curioso sobre como seria a reação do público a
esse novo show", comenta.
"Mas fizemos alguns testes e
tem sido legal. A única diferença é que é menos dançante, mas
quem assiste entende. São arranjos que ressaltam as canções, dá para saborear cada palavra", avalia o artista.
ARNALDO ANTUNES
Quando: hoje, amanhã e dom., às
20h30
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro
Álvares Cabral, portão 2, pq. Ibirapuera, tel. 5908-4290)
Quanto: R$ 30
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