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Piada com Silvio Santos sobe ibope da Rede TV!
Vídeos do site YouTube são as armas de programas como "Pânico" e "TV Fama"
Para especialistas, exibir conteúdos da internet sem autorização dos retratados e autores pode ferir as leis de direito autoral e à imagem
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma garota com óculos de
lentes grossas é escolhida na
platéia e lança a Silvio Santos,
ao vivo, a charada: "Qual é a diferença entre a mulher, o poste
e o bambu?" Ele não sabe, ela
responde: "O poste dá a luz em
cima, a mulher dá à luz embaixo." Silvio cai: "E o bambu?" A
pequena atrevida diz que "o
bambu, você...", e o apresentador dá sua típica gargalhada.
Depois de virar hit no site de
vídeos YouTube (www.youtu
be.com), essa pérola da televisão dos anos 80 entrou na atual
guerra de audiência. Agora,
contudo, o bambu rende ibope
não para Silvio Santos, mas para a concorrente Rede TV!.
Esse é só um dos vídeos do
YouTube exibidos pela emissora nas últimas semanas. Além
de ter custo zero, o material extraído da internet atrai telespectadores e deve ganhar cada
vez mais espaço na programação da Rede TV! e de outras redes. É tendência internacional.
O famoso apresentador norte-americano Jay Leno, por
exemplo, já surfa na onda.
Quando o dominical "Pânico
na TV" veiculou a piada do
bambu (com um "piiiiiii" no lugar do palavrão), o programa,
cuja média gira em torno dos
seis, sete pontos no Ibope, registrou pico de 13 (715 mil domicílios na Grande São Paulo).
Outro vídeo que fez a festa da
Rede TV! (além do "Pânico", o
YouTube abastece o "TV Fama" e o "Superpop") foi o da
briga entre o ator Dado Dolabella e o apresentador da MTV
João Gordo (veja quadro ao lado). Ocorrida numa gravação
de 2003, a confusão não havia
ido ao ar pela televisão, mas foi
liberada recentemente pelo
Overdrive, novo canal da MTV
na internet. Mais uma vez, a
Rede TV! atingiu picos de audiência com produção alheia.
Inspirado pelo sucesso desse
vídeo, o "Pânico na TV" criou a
série "brigas", só com material
do YouTube. Teve Piquet socando o chileno Eliseo Salazar
numa corrida em 1982, Luana
Piovani agredindo um paparazzo recentemente na porta
de sua casa, um boxeador partindo para cima de Jorge Kajuru, ao vivo, na Band, em 2004, e
uma agressiva discussão entre
Datena e o cartola Eurico Miranda, na Record, nos anos 90.
Já o famoso vídeo de Daniela
Cicarelli com o namorado na
praia não entrou nessa festa da
Rede TV!, que temia ser processada pela modelo. Claro que
o "Pânico" não perdeu a piada:
fez um vídeo-paródia com o
homem-berinjela, um de seus
personagens, beijando um travesti, que acabou no YouTube.
"É claro que essa é uma onda
e surfamos nela enquanto pouca gente tem acesso à internet
e, principalmente, banda larga", diz Rosana Hermann, da
equipe de criação do "Pânico".
Especialistas afirmam que os
retratados pelos vídeos e seus
autores podem processar a Rede TV! e o YouTube por quebra
do direito autoral e à imagem.
"Trabalhamos na base da tentativa e erro. Colocamos o vídeo. Se alguém reclamar, tiramos do ar", diz Hermann.
Colaborou LUCAS NEVES, da Reportagem Local
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