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Crítica
O melhor da história ficou de fora de "2 Filhos"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe uma aspiração nacional à harmonia que, em termos
de produção cinematográfica,
Adhemar Gonzaga captou e
tentou levar adiante em sua Cinédia primeiro de todos.
Essa aspiração sempre contribuiu muito para a falta de
conflito em nossos filmes: não é
um problema de roteiro, é uma
questão de elidir os conflitos,
de fechar as coisas no tapa, se
necessário, para não aprofundá-las. Ela desapareceu com o
cinema novo e retornou com a
retomada dos anos 90.
"2 Filhos de Francisco"
(Canal Brasil, 22h) é um cinema da harmonia, de um mundo
em que tudo se resolve a contento. O primeiro terço do filme, o melhor, é o do Brasil real:
dois meninos cantando numa
estação rodoviária ou rodando
pela estrada com um estranho.
O filme opta por centrar fogo, depois, na convencional
busca e obtenção do sucesso.
Por alguma razão, suspeito que
o melhor dessa história -a formação de bons cidadãos, independente do sucesso- não foi
tocada pelo filme.
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