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Poesia do gênero é feita em sextilhas
da Agência Folha, em Recife
A chamada literatura de cordel é
a literatura popular em verso.
Surgiu no Nordeste no final do
século 19, influenciada por manifestações semelhantes de países da
Europa (como Portugal e França)
e da América Latina (México e
Chile).
A primeira publicação de folheto
no Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870, de
autoria de Silvino Pirauá de Souza.
A poesia de cordel tem algumas
especificidades: é feita em sextilhas
(estrofes de seis versos) e as rimas
acontecem nos segundo, quarto e
sexto versos.
Cada verso deve ter sete sílabas,
às vezes permitindo oito quando a
última é átona.
Os folhetos têm oito, 16 ou 32 páginas, em média. São poemas longos, que contam uma história de
forma linear. Bravura e drama são
dois elementos frequentemente
presentes nos poemas.
O nome cordel originou-se do
fato de os folhetos serem expostos
em cordões, quando vendidos em
barracas na feiras livres, mas não é
possível precisar em que época
surgiu essa denominação.
``Deve ter sido algum acadêmico
metido a besta, porque o povo
mesmo não fala cordel, fala cordão'', disse José Fernandes Souza,
da Comissão Pernambucana de
Folclore.
O auge da literatura de cordel
ocorreu nos anos 40 e 50. Hoje a
manifestação está em declínio.
O principal nome do cordel foi
Leandro Gomes de Barros (já falecido), elogiado por Carlos Drummond de Andrade e por Ariano
Suassuna, que o considera ``o
mais genial de todos os poetas do
romanceiro popular do Nordeste''.
(VS)
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