São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997.

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Poesia do gênero é feita em sextilhas

da Agência Folha, em Recife

A chamada literatura de cordel é a literatura popular em verso.
Surgiu no Nordeste no final do século 19, influenciada por manifestações semelhantes de países da Europa (como Portugal e França) e da América Latina (México e Chile).
A primeira publicação de folheto no Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870, de autoria de Silvino Pirauá de Souza.
A poesia de cordel tem algumas especificidades: é feita em sextilhas (estrofes de seis versos) e as rimas acontecem nos segundo, quarto e sexto versos.
Cada verso deve ter sete sílabas, às vezes permitindo oito quando a última é átona.
Os folhetos têm oito, 16 ou 32 páginas, em média. São poemas longos, que contam uma história de forma linear. Bravura e drama são dois elementos frequentemente presentes nos poemas.
O nome cordel originou-se do fato de os folhetos serem expostos em cordões, quando vendidos em barracas na feiras livres, mas não é possível precisar em que época surgiu essa denominação.
``Deve ter sido algum acadêmico metido a besta, porque o povo mesmo não fala cordel, fala cordão'', disse José Fernandes Souza, da Comissão Pernambucana de Folclore.
O auge da literatura de cordel ocorreu nos anos 40 e 50. Hoje a manifestação está em declínio.
O principal nome do cordel foi Leandro Gomes de Barros (já falecido), elogiado por Carlos Drummond de Andrade e por Ariano Suassuna, que o considera ``o mais genial de todos os poetas do romanceiro popular do Nordeste''. (VS)

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