São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Megaempresário Donald Trump fala sobre seu "reality show" que dá emprego e de planos no Brasil

Há vagas: paga-se salário de R$ 750 mil/ano

TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Donald Trump está agitado. São duas da tarde da última quinta-feira, dia 8, em Nova York, e o empresário espera ansioso a estréia de "The Apprentice", programada para as 20h30 daquela noite.
O primeiro episódio ainda nem tinha ido ao ar na TV dos Estados Unidos, e o empresário já imaginava como deve ser a versão brasileira do "reality show", que foi batizada provisoriamente de "O Aprendiz".
"Usaremos o modelo de "Survivor", que depois do sucesso nos EUA foi licenciado e vendido para outros países [no Brasil, serviu de base para "No Limite", exibido pela Globo em 2001]", afirmou o megaempresário norte-americano de 57 anos em entrevista exclusiva à Folha, por e-mail.
Segundo Ricardo Bellino, presidente da Trump Realty Brazil, o SBT foi a primeira emissora brasileira a demonstrar interesse pelo programa.
"Rodrigo Navarro, diretor de novos negócios da emissora, nos procurou assim que soube que queríamos fazer uma versão do programa no Brasil", afirmou Bellino, que está estudando algumas propostas.
"O SBT deu o primeiro passo; depois, uma grande produtora parceira da TV Globo, cujo nome prefiro não revelar, também demonstrou interesse."
Sua missão agora, diz o representante brasileiro de Donald Trump, é pesquisar a receptividade do público no país e o tamanho do mercado para o programa, e em seguida apresentar os resultados a Trump e ao produtor Mark Burnett.
"É preciso vender a idéia, seduzir a dupla", justifica Bellino. "Creio que será coisa grande, de lotar estádio de futebol com os candidatos."
Nos Estados Unidos, os 16 participantes do programa de TV de Donald Trump foram escolhidos entre um grupo de 215 mil interessados, dos quais faziam parte desde administradores de empresa com mestrado na Universidade de Harvard e funcionários públicos até um dono de casa de massagem e um ex-assessor da Casa Branca.
A cada semana, aquele que mostrar menos jogo de cintura ou desperdiçar uma boa oportunidade vai ser "demitido" pelo multimilionário. O candidato que sobrar levará como prêmio um emprego com salário de US$ 250 mil anuais em uma das empresas de Trump.
No Brasil, o empresário deve fazer o mesmo tipo de participação. O programa brasileiro terá também um apresentador, como ocorre nos EUA. "Precisa ser uma pessoa com muito bom humor e que entenda de economia", afirma o sócio brasileiro.
Com relação à barreira da língua, Donald Trump não vê dificuldades: "Meu idioma é o dinheiro. E dinheiro é uma língua universal".

Folha - Quem o convenceu a fazer um "reality show"?
Donald Trump -
Mark Burnett, o criador do "reality show" "Survivor", que virou uma das séries mais bem-sucedidas da televisão no mundo inteiro, teve a idéia de fazer "The Apprentice" e me consultou a respeito. Gostei do conceito de um "reality show" em que os candidatos têm de fato a oportunidade de ver como funciona o verdadeiro mundo dos grandes negócios.

Folha - O vencedor de "The Apprentice" vai ganhar um emprego com salário de US$ 250 mil por ano (aproximadamente R$ 750 mil) para trabalhar no seu grupo econômico. O sr. realmente precisava de mais funcionários em suas empresas ou vai ser apenas um "benefício" do programa?
Trump -
O volume e a diversidade dos meus projetos estão constantemente em expansão. Eu sempre preciso de novos talentos, preciso de pessoas espertas e cheias de energia para trabalhar para mim.


Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: "Meu idioma é o dinheiro", afirma Trump
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.