|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Megaempresário Donald Trump fala sobre seu "reality show" que dá emprego e de planos no Brasil
Há vagas: paga-se salário de R$ 750 mil/ano
TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Donald Trump está agitado. São
duas da tarde da última quinta-feira, dia 8, em Nova York, e o empresário espera ansioso a estréia
de "The Apprentice", programada para as 20h30 daquela noite.
O primeiro episódio ainda nem
tinha ido ao ar na TV dos Estados
Unidos, e o empresário já imaginava como deve ser a versão brasileira do "reality show", que foi
batizada provisoriamente de "O
Aprendiz".
"Usaremos o modelo de "Survivor", que depois do sucesso nos
EUA foi licenciado e vendido para
outros países [no Brasil, serviu de
base para "No Limite", exibido pela Globo em 2001]", afirmou o
megaempresário norte-americano de 57 anos em entrevista exclusiva à Folha, por e-mail.
Segundo Ricardo Bellino, presidente da Trump Realty Brazil, o
SBT foi a primeira emissora brasileira a demonstrar interesse pelo
programa.
"Rodrigo Navarro, diretor de
novos negócios da emissora, nos
procurou assim que soube que
queríamos fazer uma versão do
programa no Brasil", afirmou Bellino, que está estudando algumas
propostas.
"O SBT deu o primeiro passo;
depois, uma grande produtora
parceira da TV Globo, cujo nome
prefiro não revelar, também demonstrou interesse."
Sua missão agora, diz o representante brasileiro de Donald
Trump, é pesquisar a receptividade do público no país e o tamanho
do mercado para o programa, e
em seguida apresentar os resultados a Trump e ao produtor Mark
Burnett.
"É preciso vender a idéia, seduzir a dupla", justifica Bellino.
"Creio que será coisa grande, de
lotar estádio de futebol com os
candidatos."
Nos Estados Unidos, os 16 participantes do programa de TV de
Donald Trump foram escolhidos
entre um grupo de 215 mil interessados, dos quais faziam parte
desde administradores de empresa com mestrado na Universidade
de Harvard e funcionários públicos até um dono de casa de massagem e um ex-assessor da Casa
Branca.
A cada semana, aquele que
mostrar menos jogo de cintura ou
desperdiçar uma boa oportunidade vai ser "demitido" pelo multimilionário. O candidato que sobrar levará como prêmio um emprego com salário de US$ 250 mil
anuais em uma das empresas de
Trump.
No Brasil, o empresário deve fazer o mesmo tipo de participação.
O programa brasileiro terá também um apresentador, como
ocorre nos EUA. "Precisa ser uma
pessoa com muito bom humor e
que entenda de economia", afirma o sócio brasileiro.
Com relação à barreira da língua, Donald Trump não vê dificuldades: "Meu idioma é o dinheiro. E dinheiro é uma língua
universal".
Folha - Quem o convenceu a fazer
um "reality show"?
Donald Trump - Mark Burnett, o
criador do "reality show" "Survivor", que virou uma das séries
mais bem-sucedidas da televisão
no mundo inteiro, teve a idéia de
fazer "The Apprentice" e me consultou a respeito. Gostei do conceito de um "reality show" em que
os candidatos têm de fato a oportunidade de ver como funciona o
verdadeiro mundo dos grandes
negócios.
Folha - O vencedor de "The Apprentice" vai ganhar um emprego
com salário de US$ 250 mil por ano
(aproximadamente R$ 750 mil) para trabalhar no seu grupo econômico. O sr. realmente precisava de
mais funcionários em suas empresas ou vai ser apenas um "benefício" do programa?
Trump - O volume e a diversidade dos meus projetos estão constantemente em expansão. Eu
sempre preciso de novos talentos,
preciso de pessoas espertas e
cheias de energia para trabalhar
para mim.
Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: "Meu idioma é o dinheiro", afirma Trump Índice
|