São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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HÁ VAGAS

Empresário, que também investe em empreendimento imobiliário em SP, diz esperar "milhões de candidatos" para seu programa

"Meu idioma é o dinheiro", afirma Trump

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Leia a seguir a continuação da entrevista com o megaempresário norte-americano Donald Trump, que lançou nos Estados Unidos um "reality show" em que o vencedor vai ganhar um salário anual de US$ 250 mil.

Folha - Fora da televisão, como o sr. escolhe seus colaboradores? Faz algum tipo de teste? Faz com que os candidatos vendam limonada na Quinta Avenida, por exemplo, como acontece no "reality show" "The Apprentice"?
Donald Trump -
Não sou eu quem escolhe os colaboradores. Tenho pessoas para fazer isso. Quanto ao teste, é a primeira vez que vai acontecer. Os candidatos do programa receberam várias tarefas para demonstrar suas habilidades, algumas delas realmente muito simples, outras bastante complicadas. Vender limonada em Nova York foi uma das tarefas mais simples.

Folha - Quanto dinheiro ganhou para fazer o programa?
Trump -
Muito.

Folha - O sr. está investindo muito dinheiro em um empreendimento imobiliário no Brasil (o Villa Trump, com campos de golfe, em Itatiba, no interior de São Paulo). Tem acompanhado o mercado brasileiro?
Trump -
Sim, claro. E conto com a ajuda dos meus sócios brasileiros, que me mantêm informado e me dão ótimas dicas.

Folha - Não seria um investimento mais garantido, além de opção mais lógica no Brasil, investir em um condomínio com um campo de futebol, em vez de reservar espaço ao golfe?
Trump -
Acho que o golfe será uma das principais formas de entretenimento no Brasil no futuro próximo. Coisa de poucos anos. É necessário apenas um jogador para que aconteça uma partida, e essa é uma atividade que pode ser praticada por qualquer pessoa, de qualquer idade.

Folha - Qual é a sua avaliação da política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Trump -
Lula está realizando um trabalho admirável, da melhor qualidade. Estou muito otimista com relação ao seu governo.

Folha - O que o sr. pode falar sobre a versão brasileira do "reality show" "The Apprentice"?
Trump -
Nós queremos fazer o mesmo tipo de negociação que foi feita com "Survivor", que, depois de ter imensa repercussão nos Estados Unidos, foi licenciado e vendido para um monte de outros países. Queremos adotar o mesmo modelo, vai ser quase uma co-produção. Tudo depende agora do que os nossos parceiros brasileiros vão apresentar como opções para mim e para o meu produtor. Estamos sempre atrás de bons negócios.

Folha - Como espera se comunicar com os candidatos? Pretende aprender português?
Trump -
Não se preocupe com isso. Quando o negócio é bom, a comunicação não é problema. Meu idioma é o dinheiro. E dinheiro é uma língua universal.

Folha - No ano passado, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que estava abrindo vagas para garis a um salário mensal de menos de US$ 200, e a fila de candidatos tinha 20 mil pessoas. Considerando esse fato, que tipo de impacto o sr. acredita que uma oferta como a de seu programa pode provocar por aqui?
Trump -
Ainda que entendamos que o público-alvo de "The Apprentice" são pessoas qualificadas e com talento especial para os negócios, considerando a situação do mercado de trabalho brasileiro, podemos esperar milhões de candidatos.
(TETÉ RIBEIRO)



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