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HÁ VAGAS
Empresário, que também investe em empreendimento imobiliário em SP, diz esperar "milhões de candidatos" para seu programa
"Meu idioma é o dinheiro", afirma Trump
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Leia a seguir a continuação da
entrevista com o megaempresário
norte-americano Donald Trump,
que lançou nos Estados Unidos
um "reality show" em que o vencedor vai ganhar um salário anual
de US$ 250 mil.
Folha - Fora da televisão, como o
sr. escolhe seus colaboradores? Faz
algum tipo de teste? Faz com que
os candidatos vendam limonada na
Quinta Avenida, por exemplo, como acontece no "reality show"
"The Apprentice"?
Donald Trump - Não sou eu
quem escolhe os colaboradores.
Tenho pessoas para fazer isso.
Quanto ao teste, é a primeira vez
que vai acontecer. Os candidatos
do programa receberam várias tarefas para demonstrar suas habilidades, algumas delas realmente
muito simples, outras bastante
complicadas. Vender limonada
em Nova York foi uma das tarefas
mais simples.
Folha - Quanto dinheiro ganhou
para fazer o programa?
Trump - Muito.
Folha - O sr. está investindo muito dinheiro em um empreendimento imobiliário no Brasil (o Villa
Trump, com campos de golfe, em
Itatiba, no interior de São Paulo).
Tem acompanhado o mercado brasileiro?
Trump - Sim, claro. E conto com
a ajuda dos meus sócios brasileiros, que me mantêm informado e
me dão ótimas dicas.
Folha - Não seria um investimento mais garantido, além de opção
mais lógica no Brasil, investir em
um condomínio com um campo de
futebol, em vez de reservar espaço
ao golfe?
Trump - Acho que o golfe será
uma das principais formas de entretenimento no Brasil no futuro
próximo. Coisa de poucos anos. É
necessário apenas um jogador para que aconteça uma partida, e essa é uma atividade que pode ser
praticada por qualquer pessoa, de
qualquer idade.
Folha - Qual é a sua avaliação da
política econômica do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva?
Trump - Lula está realizando um
trabalho admirável, da melhor
qualidade. Estou muito otimista
com relação ao seu governo.
Folha - O que o sr. pode falar sobre a versão brasileira do "reality
show" "The Apprentice"?
Trump - Nós queremos fazer o
mesmo tipo de negociação que foi
feita com "Survivor", que, depois
de ter imensa repercussão nos Estados Unidos, foi licenciado e
vendido para um monte de outros países. Queremos adotar o
mesmo modelo, vai ser quase
uma co-produção. Tudo depende
agora do que os nossos parceiros
brasileiros vão apresentar como
opções para mim e para o meu
produtor. Estamos sempre atrás
de bons negócios.
Folha - Como espera se comunicar com os candidatos? Pretende
aprender português?
Trump - Não se preocupe com isso. Quando o negócio é bom, a comunicação não é problema. Meu
idioma é o dinheiro. E dinheiro é
uma língua universal.
Folha - No ano passado, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou
que estava abrindo vagas para garis a um salário mensal de menos
de US$ 200, e a fila de candidatos
tinha 20 mil pessoas. Considerando
esse fato, que tipo de impacto o sr.
acredita que uma oferta como a de
seu programa pode provocar por
aqui?
Trump - Ainda que entendamos
que o público-alvo de "The Apprentice" são pessoas qualificadas
e com talento especial para os negócios, considerando a situação
do mercado de trabalho brasileiro, podemos esperar milhões de
candidatos.
(TETÉ RIBEIRO)
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