São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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Minissérie evita tradicional "carioquês" do canal

DA REPORTAGEM LOCAL

"Um Só Coração" -uma homenagem a São Paulo- não é tomada pelo sotaque carioca, constante na dramaturgia da Globo.
Foi um avanço, por exemplo, em relação à novela "Vila Madalena" (2000). Ambientada no bairro paulistano, a história mais parecia se passar na Barra da Tijuca.
Mas "Um Só Coração" tem suas derrapadas. E a principal é o protagonista Martim. O personagem é de Botucatu (interior de SP), e seu intérprete, Erik Marmo, nascido em Niterói. São modos de falar totalmente diferentes.
O ator faz aulas com fonoaudióloga e, em cena, tenta conter seu "carioquês". Por enquanto, o resultado não é bom: a fala está travada e a interpretação, falsa.
Nascida em Portugal e criada na paulistana Mooca desde os 12 anos, a autora Maria Adelaide Amaral apóia Marmo: "Ele defendeu muito bem o personagem, e sua atuação nos agradou extremamente. Não só ele como outros atores foram, ao longo das gravações, diluindo o "carioquês'", diz.
O sotaque foi uma preocupação dela e de seu parceiro, o escritor Alcides Nogueira, que, como Martim, nasceu em Botucatu.
Segundo Maria Adelaide, "Um Só Coração" tem um grande contingente de atores paulistas de teatro, apesar de não ter havido veto aos do Rio. "Nossa exigência é sempre de talento. Claro que também recomendamos que os cariocas se esforçassem para conter os "sss" e os "rrs'", diz.
Para a autora, atores cariocas de teatro raramente têm dificuldade em adotar o "paulistês". (LM)

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