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Minissérie evita tradicional "carioquês" do canal
DA REPORTAGEM LOCAL
"Um Só Coração" -uma homenagem a São Paulo- não é tomada pelo sotaque carioca, constante na dramaturgia da Globo.
Foi um avanço, por exemplo,
em relação à novela "Vila Madalena" (2000). Ambientada no bairro
paulistano, a história mais parecia
se passar na Barra da Tijuca.
Mas "Um Só Coração" tem suas
derrapadas. E a principal é o protagonista Martim. O personagem
é de Botucatu (interior de SP), e
seu intérprete, Erik Marmo, nascido em Niterói. São modos de falar totalmente diferentes.
O ator faz aulas com fonoaudióloga e, em cena, tenta conter seu
"carioquês". Por enquanto, o resultado não é bom: a fala está travada e a interpretação, falsa.
Nascida em Portugal e criada na
paulistana Mooca desde os 12
anos, a autora Maria Adelaide
Amaral apóia Marmo: "Ele defendeu muito bem o personagem, e
sua atuação nos agradou extremamente. Não só ele como outros
atores foram, ao longo das gravações, diluindo o "carioquês'", diz.
O sotaque foi uma preocupação
dela e de seu parceiro, o escritor
Alcides Nogueira, que, como
Martim, nasceu em Botucatu.
Segundo Maria Adelaide, "Um
Só Coração" tem um grande contingente de atores paulistas de
teatro, apesar de não ter havido
veto aos do Rio. "Nossa exigência
é sempre de talento. Claro que
também recomendamos que os
cariocas se esforçassem para conter os "sss" e os "rrs'", diz.
Para a autora, atores cariocas de
teatro raramente têm dificuldade
em adotar o "paulistês".
(LM)
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