São Paulo, segunda, 11 de janeiro de 1999

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RELÂMPAGOS
Água



JOÃO GILBERTO NOLL
² Perdi-me na mata. Encontrei macacos, gatos silvestres, laivos de feras. De repente, uma trilha. Adiante uma tapera. Oi de casa, bato palmas. Da porta surge uma mulher. Por favor, eu digo. Sim, ela responde. E arrisca: Sede? É, é isso, respondo cheio de vontade de um copo d'água. É o que em segundos tenho. Bebo a água me pingando todo pelo peito. Um refrigério que meu pai exibia aos domingos. É verão?, pergunto. Aqui sempre é, ela responde. E agora nada mais que esse silêncio alfinetando alguma coisa parada entre nós dois, ali. Atrás da pedra um lagarto expande seu sono ao infinito.



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