São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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COMIDA

Crítica

Com preços contidos, Caffé Sérvia traz receitas típicas do leste europeu

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

E ntender a Sérvia, país europeu da região dos Bálcãs, não é tarefa simples. Apreciar sua gastronomia já é mais fácil, embora também não sejam óbvias suas fronteiras de sabor. Fronteiras não são o forte na região, onde países são fracionados e ganham novos nomes conforme diferentes etnias se impõem, no meio de influências turcas, eslavas, gregas... todas trazendo seus paladares, como procura mostrar o Caffé Sérvia, recém-aberto na Vila Madalena.
Um dos proprietários é sérvio mesmo, Danijel Mirkov, 31, há seis anos no Brasil. Depois de estudar hotelaria, ele trabalhou em restaurantes na Grécia, Turquia e Sérvia. No Brasil, foi gerente do clube Di Quinta e do restaurante Saj.
Para montar a nova casa, Danijel associou-se ao chef Luiz Emanuel, 34, do vizinho Allez Allez!, que acabara de fechar seu restaurante mineiro Chafariz, de duração meteórica. O Caffé Sérvia ocupou esse espaço, que ainda remete a um casarão mineiro, mas agora tem decoração que lembra as novas paragens (incluindo toalhas de mesa bordadas a mão pela avó de Danijel).
O cardápio, de preços contidos, foi montado a partir de receitas de família e referências à cozinha do leste europeu, misturando pitadas de tradições russas, sérvias e de toda a península balcânica, mais o toque francês que costuma impregnar a cozinha europeia. Há pratos familiares aos brasileiros, vindos de vários lados.
O prato de mezze traz duas boas linguiças com queijo e picles. Como entrada, há o salmão curado (mas salgado) com creme azedo e salada de batatas. São poucos pratos principais. O peixe (varia com o dia) cozido na cerveja vem com abundância de caldo e legumes.
O goulash "à moda Sérvia" tem carne macia e molho espesso, mas perde em sabor e picância em relação à referência que eu conheço, o goulash húngaro (e um acompanhamento, penne gratinado, seco e duro). O estrogonofe dignifica o prato -o creme é moderado, não é impregnado por catchup, e vem com batata rosti.
Como sobremesa, rabanada de brioche com morango e sorvete (melhor que o strudel de maçã e nozes, de massa pouco delicada).

josimar@basilico.com.br


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