São Paulo, Quinta-feira, 11 de Março de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PORNÔ Técnica seria a mesma usada em "Apollo 13" Filme anuncia sexo em gravidade zero
IVAN FINOTTI da Reportagem Local Sexo em gravidade zero. É o que está prometendo a maior companhia de filmes pornô do mundo, a sueca Private. Daqui a um mês, chega às locadoras o filme "The Uranus Experiment", que traz, segundo a companhia, cenas feitas em gravidade zero, usando a mesma técnica de "Apollo 13" (1995). Na segunda-feira aterrissou em São Paulo a atriz tcheca Silvia Saint, 23, uma das protagonistas do sexo espacial. "Foi estranho. Mas é mais fácil que embaixo d'água", avalia. Saint divulga o filme no Brasil até sexta-feira da semana que vem, após passar pelo interior de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Se for verdade que a Private filmou as cenas na gravidade zero, as relações sexuais protagonizadas pelas atrizes Silvia Saint e Wanda Curtis e pelo ator Nick Lang são as primeiras da história nessas condições gravitacionais. A Nasa, agência espacial norte-americana, não faz experiências na área e confirmou à Folha, por meio de sua assessoria de imprensa, o possível ineditismo. O fato é que a Private ainda não mostrou o filme completo e não fornece detalhes sobre sua produção -diz apenas que alugou um avião em Houston, EUA, capaz de criar ambiente sem gravidade por meio de arremetidas em parábola rumo à estratosfera. A Nasa possui um avião assim. É o KC-135, um Boeing 707 modificado e apelidado de "Cometa Vômito". Após subir a 11 mil metros, o avião desce a 800 quilômetros por hora. Essa descida proporciona entre 25 e 30 segundos de gravidade zero -a rigor, microgravidade, muito próxima a zero. A Private afirma ter feito quatro viagens em um avião desses, alugado de uma empresa norte-americana -a Nasa confirma a existência de outros modelos. As cenas, a um custo divulgado de US$ 2 milhões, vão totalizar um minuto de cenas de sexo explícito -para os 15 minutos de gravidade zero de "Apollo 13", o diretor Ron Howard divulgou ter feito 612 viagens, filmando mais de 4 horas. "The Uranus Experiment" tem um custo divulgado de US$ 5 milhões -o que o torna o filme de sexo explícito mais caro da história. Em geral, gasta-se entre US$ 10 mil e US$ 70 mil numa produção pornô. Alegando receio de pirataria, a Private divulgou até agora apenas um trailer do filme. Há ali cerca de 5 segundos do sexo sem gravidade. Se for algum efeito especial, deve-se dizer que é bem feito. Fundada há 35 anos em Estocolmo, Suécia, a Private Media Group começou como uma revista pornô. Há cinco anos, entrou revolucionando o meio cinematográfico pornô. Em vez de fitas que se passam entre quatro paredes, a Private investiu em locações pelo mundo. Seus filmes se passam dentro de pirâmides no Egito, em safáris na África, ilhas do Havaí, castelos medievais da Europa e até no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro. "Somos a "National Geographic" do vídeo pornô", afirma o diretor brasileiro da Private, Selmo Leisgold, 35. Silvia Saint que o diga. Após voltar do "espaço", ela se prepara para fazer sexo dentro de um iglu. No Alasca. Texto Anterior: Bad Religion: Punk para classe média Próximo Texto: Cinema: Festival põe vídeo e filme em disputa Índice |
|