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Redes e indústria fazem críticas
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Fabricantes de televisores e emissoras de TV vêem com preocupação a iniciativa do governo federal de desenvolver um sistema nacional de TV digital. Seus argumentos são de que isso pode isolar tecnologicamente o país e encarecer os aparelhos.
"Desenvolver um padrão nacional não é economicamente viável", diz Walter Duran, diretor de marketing da Philips (defensora da tecnologia européia).
A TV digital é composta por quatro elementos: o compressor e o modulador do sinal, o middleware (algo como o Windows para os microcomputadores) e os softwares (aplicativos que permitem, por exemplo, a interatividade).
"A proposta [de governo, Genius e CPqD] é tentar fazer um middleware. Isso é caro e não dá retorno, porque não será exportado. Além disso, teremos que pagar royalties de qualquer jeito, para os estrangeiros ou, nesse caso, para os brasileiros", diz Duran.
Coordenador do grupo Abert/ SET (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão/ Sociedade de Engenharia de Televisão), que liderou a realização de testes dos padrões norte-americano, europeu e japonês, Fernando Bittencourt também faz críticas. Ele diz que o Brasil só deve seguir o caminho de um padrão próprio "caso não consiga nos já existentes todas as características técnicas que julgue imprescindíveis" se não conseguir negociar contrapartidas comerciais justas.
Bittencourt, que é diretor da Central Globo de Engenharia e defensor do padrão japonês, também é cético quanto à economia que um sistema nacional traria em pagamento de royalties. Para ele, os aparelhos e seus componentes podem se tornar mais caros no Brasil se forem fabricados exclusivamente para o país.
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