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São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

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CINEMA

Mostra traz produção da UFA (Universum Film A.G.), com Lubitsch e Lang

Filmes da fábrica de sonhos alemães visitam cinemateca

Divulgação
No alto, cena do filme "Os Espiões"; ao centro, "Dr. Mabuse"; acima, "Os Nibelungos", de Fritz Lang, que estão na mostra "Clássicos da UFA 1918-1943"


CÁSSIO STARLING CARLOS
EDITOR DO FOLHATEEN

Houve um tempo, no século passado, em que não era só um império que pretendia dominar o mundo e cada um deles investia em mais que armas para isso. Foi assim que, em 1917, já ciente da catastrófica derrota na Primeira Guerra, o governo da Alemanha determinou a criação da UFA (Universum Film A.G.) com o objetivo de fazer propaganda da Alemanha de acordo com diretrizes oficiais.
De 1918 até a ascensão do nazismo (e a conversão integral do cinema em máquina de propaganda sob as regras de Joseph Goebbels), a UFA foi a fábrica dos verdadeiros sonhos alemães, carregados de sombras e de ameaças, delírios míticos e fantasias revolucionárias. De 1933 até o fim da guerra, a exigência ideológica já não contava mais com artistas de talento capazes de sustentá-la. A magnitude desse projeto pode ser conhecida a partir de hoje na mostra "Clássicos da UFA 1918-1943", que reúne 14 títulos essenciais da produtora alemã, além de uma exposição com 30 cartazes de filmes, na Sala Cinemateca.
Ernst Lubitsch, Fritz Lang e Friedrich W. Murnau são apenas três dos grandes nomes que deram vigor estético à UFA. Na mostra, nove títulos cabem a eles. E ainda assim há espaço para o filme criminal ("Asfalto", de Joe May), a comédia musical ("Os Três do Posto de Gasolina", de Wilhelm Thiele, e "O Congresso se Diverte", de Erik Charell) e dois filmes sob a égide nazista ("Concerto a Pedidos" e "Münchhausen", feitos em 1940 e 1943, respectivamente).
Para alcançar a perfeição, só faltaram dois títulos: "O Anjo Azul", de Josef von Sternberg, e "Metropolis", de Lang. Mesmo assim, não é a qualquer hora que se pode assistir a cópias integrais de "Os Nibelungos" ou de "Os Espiões", muito menos do raríssimo "A Mulher na Lua", todos de Fritz Lang.


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