UOL


São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO EDITORIAL

"Beatz" quer popularizar a cena eletrônica e mostrar bastidor da produção e personagens da noite

Nova revista busca viés comportamental da e-music

ISRAEL DO VALE
DA REPORTAGEM LOCAL

A cultura eletrônica extrapola os after-hours e ganha as ruas também no resto do dia. É, ao menos, o que pretende a nova bula da cena, a revista "Beatz", que já ferve pelas bancas do país.
"Beatz" é uma tentativa de tradução do que virou o circuito eletrônico, hoje muito além de guetos e igrejinhas. Em tempos em que há "um DJ em cada esquina", mas "poucos rostos" conhecidos, como mencionam duas das reportagens, a revista volta o canhão de luz para personagens da noite, o bastidor, o corpo como "forma de expressão" e, claro, os lançamentos musicais da vez.
A base da publicação é o tripé hedonismo, drogas e tecnologia, que cada recorte da cena mixa a seu jeito. O foco é comportamental, prioritariamente. É o que a distingue das principais concorrentes, "DJ World" e "DJ Magazine", na visão de Bernardo Sampaio, 25 anos, co-diretor da revista ao lado de Luciana Sampaio.
"Existe um estilo de vida associado à música eletrônica e ele está crescendo cada vez mais", explica Bernardo. "Queremos popularizar a cena, falar para as pessoas que frequentam a noite, não só para DJs ou entendidos de música", diz. Com preço de banca de R$ 5,90 e 40 mil exemplares, o número de estréia traz entrevista com o top DJ ermitão Dave Clarke, nome mais aguardado da quarta edição do Skol Beats.
É o primeiro lançamento da editora DS2. Ganha uma irmã no mês que vem, em título esportivo dedicado ao tênis. O custo de implantação foi de R$ 250 mil -mais R$ 70 mil por número, entre impressão e equipe fixa.
O descompasso ainda é o conservadorismo do mercado publicitário. Há, no número um, apenas cinco páginas de anúncios -uma delas, institucional. Não é o bastante para se pagar -num segmento (o de música) em que as publicações desabam como estátuas de Saddam em Bagdá. "Temos fôlego para um ano", diz Bernardo Sampaio, escorado no suporte financeiro de uma dupla de altos executivos, sócios no empreendimento.


BEATZ. Editora: DS2. Quanto: R$ 5,90 (66 págs.)


Texto Anterior: Erika Palomino
Próximo Texto: Copião: Cineasta tenta filmar "A Morte e a Morte de ACM"
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.