UOL


São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DOCUMENTÁRIO

Michael Moore destrói o sonho americano

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

De aparência inofensiva, gordinho, com óculos de professor de primário e um surrado boné de beisebol, o cineasta Michael Moore começava a moldar, em 1989, um conjunto de obra que seria um dos principais focos críticos ao sonho americano em "Roger e Eu", que o SBT exibe amanhã.
Mistura de jornalismo assumidamente parcial, pegadinha e "Globo Repórter", o documentário registra o que acontece com a população de Flint (Michigan, EUA) quando a General Motors decide fechar 11 fábricas na região, causando uma onda de demissões em massa. Para efeitos de comparação, é como se as indústrias da região do ABC (SP) dispensassem seus funcionários.
Como fio condutor, vemos as frustradas tentativas de Moore -personagem/diretor do filme- de levar o então presidente da GM, Roger Smith, à região para encarar a fúria dos desempregados e os estragos causados pela sua lógica capitalista de lucro -as fábricas foram transferidas para o México, onde a mão-de-obra é mais barata.
Extraindo um humor involuntário das entrevistas com executivos e desempregados, Moore deixa à mostra as contradições e a hipocrisia de certa parte da sociedade norte-americana.
Com tal histórico, não é surpresa que, neste ano, ao receber o Oscar de melhor documentário por "Tiros em Columbine", Moore tenha feito o mais pesado discurso anti-Bush e antibélico.


ROGER E EU. Documentário de Michael Moore. Quando: amanhã (dia 12), às 2h20, no SBT.


Texto Anterior: Teatro/crítica: Rusche enquadra peça de Sarah Kane em exercício arrojado
Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Do mata! Esfola! Passando por Wagner e Cole Porter
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.