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DOCUMENTÁRIO
Michael Moore destrói o sonho americano
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
De aparência inofensiva, gordinho, com óculos de professor de
primário e um surrado boné de
beisebol, o cineasta Michael Moore começava a moldar, em 1989,
um conjunto de obra que seria
um dos principais focos críticos
ao sonho americano em "Roger e
Eu", que o SBT exibe amanhã.
Mistura de jornalismo assumidamente parcial, pegadinha e
"Globo Repórter", o documentário registra o que acontece com a
população de Flint (Michigan, EUA) quando a General Motors
decide fechar 11 fábricas na região, causando uma onda de demissões em massa. Para efeitos de comparação, é como se as indústrias da região do ABC (SP) dispensassem seus funcionários.
Como fio condutor, vemos as frustradas tentativas de Moore
-personagem/diretor do filme- de levar o então presidente
da GM, Roger Smith, à região para encarar a fúria dos desempregados e os estragos causados pela sua lógica capitalista de lucro
-as fábricas foram transferidas para o México, onde a mão-de-obra é mais barata.
Extraindo um humor involuntário das entrevistas com executivos e desempregados, Moore deixa à mostra as contradições e a hipocrisia de certa parte da sociedade norte-americana.
Com tal histórico, não é surpresa que, neste ano, ao receber o Oscar de melhor documentário por
"Tiros em Columbine", Moore tenha feito o mais pesado discurso
anti-Bush e antibélico.
ROGER E EU. Documentário de Michael
Moore. Quando: amanhã (dia 12), às
2h20, no SBT.
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