São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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comentário

Chatice está em tom professoral

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

A gastronomia era vista no Brasil como algo aristocrático, não como um gesto de sensibilidade ao alcance de quem quisesse exercê-lo. "Estômago" não é sobre o assunto mas retrata uma visão que está mais em voga hoje: a de que a habilidade em transformar alimentos em arte culinária pode ser achada em qualquer parte, e que esta sofisticação entrega a quem a domina poder -de impor respeito, de sedução e até de vida e morte.
É o que faz o personagem do filme, seja num boteco, na cadeia ou num restaurante. Há momentos chatos de explicações professorais sobre pratos e vinhos. São melhores as explicações confusas dadas pelo cozinheiro -os erros de informação acentuam o intuitivo e o talento inato nessa arte. Dos erros o mais curioso é quando ele explica, a uma prostituta, que molho à puttanesca não tem nada a ver com puta. Mas tem.


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