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Crítica/"Um Plano Brilhante"
Sem brilho, Radford segue receita de filme de assalto
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Demi Moore está carregada de maquiagem,
como uma velhinha de
passado misterioso entrevistada em Londres por uma repórter de ego inflado, no início de
"Um Plano Brilhante". Reaparecerá assim no final. Há algo
de estranho, talvez constrangedor, nas duas cenas: um corpo
falsamente envelhecido com o
andar e a voz de sempre.
Por sorte, a ação se desenrola
em longo flashback, nos anos
60. Ali, Moore é a eficiente executiva norte-americana de uma
companhia britânica de diamantes. Diferentemente do
que o senso comum apregoa, no
entanto, sua beleza não ajuda.
Embora tenha méritos para ser
promovida, ela perde sempre a
vez para algum homem.
Seu descontentamento chama a atenção do espertíssimo
faxineiro da empresa (Michael
Caine). Prestes a se aposentar,
ele arquiteta um modo de promover vingança e velhice de
qualidade ao mesmo tempo. A
intrincada execução de seus
planos respeita o formato clássico dos filmes de assalto, com
mistérios que persistem até a
última seqüência.
O diretor Michael Radford
("O Carteiro e o Poeta") e o roteirista estreante Edward Anderson não seguem, portanto, o
caminho alternativo de Spike
Lee e Russell Gewirtz em "O
Plano Perfeito" (2006). Eles
preferem se manter mais próximos da receita do que tentar
subvertê-la e o fazem com discreta eficácia.
UM PLANO BRILHANTE
Produção: Inglaterra/Luxemburgo, 2007
Direção: Michael Radford
Com: Demi Moore, Michael Caine
Onde: estréia hoje nos cines TAM,
Iguatemi Cinemark e circuito
Avaliação: regular
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