São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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Crítica/"Um Plano Brilhante"

Sem brilho, Radford segue receita de filme de assalto

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Demi Moore está carregada de maquiagem, como uma velhinha de passado misterioso entrevistada em Londres por uma repórter de ego inflado, no início de "Um Plano Brilhante". Reaparecerá assim no final. Há algo de estranho, talvez constrangedor, nas duas cenas: um corpo falsamente envelhecido com o andar e a voz de sempre.
Por sorte, a ação se desenrola em longo flashback, nos anos 60. Ali, Moore é a eficiente executiva norte-americana de uma companhia britânica de diamantes. Diferentemente do que o senso comum apregoa, no entanto, sua beleza não ajuda.
Embora tenha méritos para ser promovida, ela perde sempre a vez para algum homem.
Seu descontentamento chama a atenção do espertíssimo faxineiro da empresa (Michael Caine). Prestes a se aposentar, ele arquiteta um modo de promover vingança e velhice de qualidade ao mesmo tempo. A intrincada execução de seus planos respeita o formato clássico dos filmes de assalto, com mistérios que persistem até a última seqüência.
O diretor Michael Radford ("O Carteiro e o Poeta") e o roteirista estreante Edward Anderson não seguem, portanto, o caminho alternativo de Spike Lee e Russell Gewirtz em "O Plano Perfeito" (2006). Eles preferem se manter mais próximos da receita do que tentar subvertê-la e o fazem com discreta eficácia.


UM PLANO BRILHANTE
Produção:
Inglaterra/Luxemburgo, 2007
Direção: Michael Radford
Com: Demi Moore, Michael Caine
Onde: estréia hoje nos cines TAM, Iguatemi Cinemark e circuito
Avaliação: regular


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