|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Coleção" destaca crônicas de Vinicius
Coletânea "Para Viver um Grande Amor" estará à venda no próximo domingo
Obra, inserida no período de maior popularidade do autor, inclui, além do amor, temas como a arquitetura, o cinema e o futebol
DA REPORTAGEM LOCAL
Coletânea de crônicas entremeada de poemas, "Para Viver
um Grande Amor", nono volume da "Coleção Folha Grandes
Escritores Brasileiros", evidencia a busca do poeta Vinicius de
Moraes (1913 -1980) por uma
comunicação mais direta com o
público -atitude que já se delineava na música, no teatro e no
cinema.
Com formação em direito e,
depois, em literatura inglesa,
em Oxford, Vinicius ingressou
na diplomacia, servindo em diversos países, como os Estados
Unidos, a França e o Uruguai.
Seus poemas, escritos nas décadas de 1930 e 1940, revelam um
sutil misticismo contrastado
pela expressão aguda da intimidade amorosa -o que faz o crítico Alfredo Bosi considerá-lo
"o mais intenso poeta erótico
da poesia brasileira moderna"
depois de Manuel Bandeira.
Nessa época, produz composições antológicas, sobretudo
seus sonetos de inspiração camoniana, como o "Soneto de
Fidelidade", o "Soneto de Separação" e os "Quatro Sonetos de
Meditação", com versos que
cantam a identidade lírica com
o mundo natural e a urgência
do momento presente, que breve passa.
Nos anos 1950, além de compor poemas de cunho mais social, participa vivamente da
criação da bossa nova, com suas
parcerias com Tom Jobim. É
nessa década que escreve sua
peça "Orfeu da Conceição", que
seria adaptada ao cinema pelo
francês Marcel Camus. O filme,
"Orfeu Negro", ganha a Palma
de Ouro em Cannes, em 1959.
"Para Viver um Grande
Amor" insere-se nesse período
de maior popularidade. Ao lado
das crônicas e dos poemas elaborados, como indica o título,
sob o signo do amor, o livro inclui temas diversos, como a arquitetura de Oscar Niemeyer, o
cinema e o futebol. Em todos os
textos percebem-se intenso
apuro formal e a preocupação
em descrever as questões do
cotidiano e de seu tempo.
Texto Anterior: Música: Rio faz série com clássicos e populares Próximo Texto: Crítica/"Encanto": Mendes repete oportunismo pop em "Encanto" Índice
|