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Crítica
Cassavetes faz filme de gângster fácil e original
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Para se ter idéia de como
John Cassavetes era bom diretor, basta lembrar que seu
"Glória" (TCM, 22h) teve um
remake feito por Sidney Lumet, que não é nenhum bobo,
20 anos depois, por volta do
ano 2000, e que é quase impossível comparar os dois filmes.
Na verdade, "Glória" não é
um grande filme. É, sobretudo,
um filme fácil de ver (o que
nem sempre acontece com
Cassavetes), com uma aparição
magnífica de Gena Rowlands (o
que sempre foi freqüente).
Ali ela é uma garota de gângster que, tendo testemunhado o
assassinato dos vizinhos, decide tomar conta do filho do casal, que havia sobrevivido ao
massacre.
Evidentemente, ela se torna
uma personagem incômoda
para os mafiosos.
Cassavetes entra no mundo
dos gângsteres por um lado
tanto original como inesperado. Mas é a garota (ex-prostituta, como quer a convenção)
quem mais vai surpreender, a
nós e à bandidagem: vai se revelar uma pessoa, não uma personagem.
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