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Última Moda
Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br
Grife lança nova marca para público jovem; estréia será em junho, na SPFW
A Ellus, uma das empresas
pioneiras do jeanswear fashion
no Brasil, lançará uma segunda
marca, dedicada ao público jovem e pilotada pela estilista Rita Wainer. A grife, que fará sua
estréia já na próxima edição da
São Paulo Fashion Week, vai se
chamar 2nd Floor ("segundo
andar") e será um desdobramento do projeto de mesmo
nome, criado pela marca em
2002 para divulgar o trabalho
de jovens criadores.
Atualmente, a Ellus 2nd
Floor funciona no segundo andar da loja da Ellus na rua Oscar
Freire, em São Paulo, e faz o papel de uma multimarcas alternativa, que reúne grifes hype
como Neon, Reserva e Ash.
A partir da temporada de verão, o espaço passará a vender
também as roupas da grife 2nd
Floor. "No primeiro estágio, as
peças serão vendidas na Oscar
Freire e em multimarcas. Depois, queremos abrir lojas próprias", conta Adriana Bozon,
diretora de criação da Ellus e da
2nd Floor e casada com o dono
da grife, Nelson Alvarenga.
Segundo Adriana, a escolha
de Rita foi baseada no bom trabalho que a estilista vem desenvolvendo em sua marca própria, a Theodora, e nas coleções
que ela criou para o projeto
Ellus 2nd Floor.
Mesmo com o novo compromisso, Rita manterá a Theodora em atividade e continuará
desfilando com a marca no
Fashion Rio. "Na Theodora vou
fazer o meu trabalho autoral,
bem pessoal, e aqui vou entrar
no espírito da nova grife", diz a
designer.
Sobre a tarefa de conciliar as
duas coleções, ela se mostra
tranqüila. "Sou organizada e faço várias coisas ao mesmo tempo, sem que uma história atrapalhe a outra. Pelo contrário,
acho que sairei ganhando em
experiência dos dois lados",
completa.
Espírito universitário
Para Rita, a 2nd Floor vai
atender os desejos do público
na casa dos 20 anos, que está na
faculdade, tem informação de
moda e quer modelitos bacanas
para viajar, se jogar nas baladas
e circular com os amigos. "O espírito é bem para cima, alto-astral. Por isso, teremos muitas
estampas, muitas cores, tudo
vibrante", adianta.
Para a coleção de verão, que
vai encerrar o calendário de
desfiles da SPFW, em junho, a
estilista se inspirou na idéia de
paraíso, nos pintores surrealistas e no quadro "O Jardim das
Delícias", do holandês Hieronimus Bosch (1450-1516).
A nova grife, segundo Adriana, foi pensada para suprir um
nicho de mercado que a empresa considera mal explorado. Assim, a Ellus atenderia o público
na casa dos 30, e a 2nd Floor daria conta do consumidor recém-saído da adolescência.
"Queremos ter no jeanswear
fashion e jovem o mesmo alcance de distribuição e variedade de produtos que, por exemplo, a Puma, oferece hoje no
sportswear", afirma.
O estilo de possíveis concorrentes, como Zapping e Triton
-marcas jovens da Zoomp e da
Forum, respectivamente-,
não está no horizonte da 2nd
Floor. "Não conheço a estrutura interna dessas empresas,
mas a Zapping está sumida, e a
Triton não tem apresentado
grandes novidades nos últimos
tempos. Acho que estamos chegando com uma proposta realmente fresca", diz Adriana.
Segundo a diretora de criação, a Ellus está trabalhando
com estabilidade financeira e
vai investir na segmentação de
públicos para aumentar seu
mercado, sem, no entanto, se
distanciar do jeanswear.
Swarovski diz buscar o "luxo democrático"
A primeira loja Swarovski no
Brasil foi aberta em 2000. Desde então, a empresa inaugurou
sete outras no país -uma por
ano. E vai abrir uma oitava, em
julho ou agosto, no shopping
Iguatemi, em São Paulo.
É provável que a loja venha a
ser uma das três "concept stores" (lojas-conceito, de arquitetura de vanguarda e dedicada a
uma faixa específica de produtos) que a Swarovski está abrindo neste ano no mundo.
"O Brasil é um dos mercados
que mais nos interessam, pelo
seu crescimento contínuo nos
últimos anos", diz Markus Langes-Swarovski, 33, um dos herdeiros e membros do Conselho
Executivo da Swarovski, além
de responsável pelo branding e
a comunicação desta empresa
de 112 anos. A Swarovski tem
crescido 15% ao ano no Brasil.
Para Langes-Swarovski, que
esteve em SP nesta semana, as
jóias de cristal da Swarovski
permitiram "o luxo inclusivo".
FOLHA - O mercado brasileiro é relevante para a Swarovski?
MARKUS LANGES-SWAROVSKI - Sim,
muito. Embora não seja um dos
maiores mercados se comparado à Europa ou à China, ele é
importante porque tem se desenvolvido muito bem. Queremos investir mais e mais aqui,
pois é um dos mercados mais
promissores para nós.
FOLHA - Qual a importância da moda para a Swarovski?
LANGES-SWAROVSKI - É muito
importante, porque permite
uma relação mais dinâmica
com a nossa produção. A cada
estação, é preciso criar algo diferente e se reinventar, o que é
muito estimulante. Historicamente, sempre suprimos a indústria da moda, inclusive da
alta-costura, com criações para
Chanel e Elsa Schiaparelli.
FOLHA - Como o sr. situaria a Swarovski no sistema da moda?
LANGES-SWAROVSKI - Existem
duas maneiras de ver uma marca antiga. Seja mirando-a nostalgicamente, seja captando o
seu espírito pioneiro e empurrando-o para a frente. A Swarovski foi fundada num momento de florescimento cultural na Áustria. A psicanálise de
Freud estava surgindo, as artes
estavam se renovando com Robert Musil, Klimt, Egon Schiele... Fazemos parte, de algum
modo, com nossos cristais, desse momento de iluminismo e
vanguarda na Europa. Criamos
um novo tipo de luxo -um luxo
moderno e inclusivo. O nosso
cristal é um luxo sem pretensão
e democrático, que inclui todo
mundo, inclusive as elites.
FOLHA - Na sua opinião, o que difere um diamante de um cristal?
LANGES-SWAROVSKI - Não deveríamos compará-los, nem
achar que o cristal é uma imitação do diamante. Claro que,
historicamente, o cristal foi
usado para imitar [pedras preciosas] e as pessoas tendem a
tratá-lo como uma imitação.
Mas, hoje, é preciso ver que ele
já não imita nada -o cristal ajuda a ampliar a nossa criatividade. Com ele, não estamos limitados pelo que encontramos na
natureza, mas podemos engendrar o que quisermos e alcançar
efeitos que nunca conseguiremos com diamantes. Mas devo
dizer que, como todo mundo,
eu também adoro diamantes!
CONHEÇA A SWAROVSKI
A Swarovski é líder mundial na lapidação de cristal para vestuário,
jóias, objetos e decoração. A sua
sede fica em Wattens, na Áustria
A empresa foi criada em 1895 por
Daniel Swarovski (1862-1956),
que descobriu técnicas especiais e
inventou instrumentos de lapidação de cristais
Hoje, tem 20 mil empregados e
mais de 600 lojas em 120 países. Sua
receita em 2006 alcançou 2,47 bilhões (cerca de R$ 6,8 bilhões)
Coco Chanel, Elsa Schiaparelli, Christian Dior e Yves Saint-Laurent foram alguns dos primeiros a usar cristais Swarovski em
roupas de alta-costura
A primeira loja Swarovski no Brasil
foi aberta em 2000, no shopping Morumbi. Hoje são sete lojas. Todos os
produtos são importados.
com VIVIAN WHITEMAN
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