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Sepultura supera suas dificuldades no palco
MARCELO MOREIRA
da Agência Folha
O Sepultura se transformou,
após 15 anos de carreira, em uma
verdadeira instituição internacional do heavy metal. Mas isso não
foi suficiente para deixar a banda
brasileira imune aos problemas
que os artistas nacionais sofrem ao
abrir shows de grandes atrações.
A situação era totalmente favorável para o grupo mineiro anteontem à noite, em São Paulo.
Como atração de abertura do
Metallica, o Sepultura contou com
a generosidade do público.
Para se ter uma idéia, há menos
de um mês, em Interlagos, os alemães do Rammstein tiveram menos da metade do público que ansiava ver o show do Kiss.
O Sepultura entrou no palco por
volta das 21h com mais de três
quartos da pista do Anhembi tomados. Todos esperavam o terremoto sonoro, mas tiveram de se
contentar com um som aquém de
duas das mais importantes bandas
pesadas da atualidade.
O Sepultura se esforçou muito,
mas o som estava baixo. A voz do
vocalista Derrick Green por vezes
sumia, encoberta pela bateria.
As deficiências técnicas da apresentação, no entanto, serviram para mostrar que o Sepultura é uma
banda corajosa. Como uma equipe
de futebol jogando em casa, partiu
logo para o ataque e se deu bem.
O quarteto fez tudo o que se esperava dele: a execução furiosa de
seus principais clássicos, performance instrumental quase impecável e muito, muito carisma.
Após as novas músicas do CD
"Against", o primeiro sem Max
Cavalera, veio o massacre sonoro
com "Arise", "Troops of Doom",
"Refuse/Resist", "Territory", "Inner Self", "Reza" e o hino "Roots
Bloody Roots". O grupo é hoje maduro, consciente de seu papel dentro do metal e com muita personalidade, já que não se intimidou
diante do medalhão da noite. As
perspetivas são as melhores.
Avaliação:
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