São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004

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FILMES

TV PAGA

Especial retrata o amor em laboratório

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os casais procuram o laboratório de John Gottman na esperança de descobrir o potencial de durabilidade de seu relacionamento. O que recebem de volta é uma boa dose de bom senso. Pelo menos é o que se nota a partir do documentário "O Laboratório do Amor", primeiro de um pacote de três que compõem uma programação especial do canal Discovery Health para este sábado, Dia dos Namorados.
Gottman, que é da Universidade de Washington em Seattle (EUA), ganhou notoriedade ao afirmar que é capaz de prever com 94% de precisão o desfecho de um relacionamento, depois de acompanhar alguns minutos de conversa do casal, que são compilados em estatísticas e inseridos num modelo matemático.
Embora esse aspecto "exato" de seu trabalho tenha sido o passaporte para a fama, o enfoque do documentário é bem diferente. Ele descreve apenas por alto os métodos aplicados pelo psicólogo e sua equipe; o foco central na verdade é a história de quatro casais, que se voluntariaram para participar dos experimentos.
O "Love Lab" de Gottman consiste basicamente num apartamento cenográfico, com câmeras espalhadas por todos os cômodos, que os casais são convidados a habitar por algumas horas ou dias, enquanto são observados.
São realizados testes em que um casal tenta resolver uma discussão que já causou atrito entre os dois durante 15 minutos, enquanto a equipe anota as reações e monitora funções como batimentos cardíacos e pressão sangüínea.
Muito mais do que explicar a base científica do trabalho, o documentário se preocupa em mostrar como os casais reagem ao experimento. Ao final do "tratamento", o psicólogo faz uma sessão de aconselhamento, com base no que viu. Mas, ao menos nos quatro casos mostrados, ele não faz os tais prognósticos com mais de 90% de probabilidades de acerto. Em vez disso, apenas oferece potenciais caminhos por onde os casais poderiam trabalhar seus relacionamentos.
No fim das contas, o sabor do documentário acaba ficando mais no nível empático do que no informativo. É uma oportunidade para refletir, usando os exemplos retratados como uma espécie de espelho da própria vida -mas nada que sugira que alguém já decifrou a indecifrável fórmula dos relacionamentos bem-sucedidos.
Além de "O Laboratório do Amor", o especial temático do Discovery Health inclui ainda outros dois programas, um sobre verdades e mentiras por trás dos afrodisíacos e outro sobre a evolução do ato de beijar.


O LABORATÓRIO DO AMOR. Quando: amanhã, às 13h, no Discovery Health.

Música contra racismo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É difícil entender o que aconteceu com a carreira de Francis Ford Coppola desde "Apocalypse Now". Ele alternou bons e maus filmes. Nada tão poderoso quanto "Apocalypse" ou "O Poderoso Chefão", claro.
Mas alguns de seus bons momentos fracassaram rotundamente. O melhor deles é "Tucker". Outro não desprezível é "Cotton Club" (A&E Mundo, 22h), em que Coppola volta aos anos 20/30 para contar a história de um night club e, através dela, a da música negra e também da ligação entre músicos e gângsteres. Mais do que tudo, o clube do Harlem era um lugar em que um branco, como Richard Gere, podia entrar e tocar. Ou seja, era um lugar em que o racismo era posto entre parênteses pelo sublime da música e pelo não tão sublime da bebida em tempo de Lei Seca.

Pagemaster - O Mestre da Fantasia
SBT, 14h30.

(The Pagemaster). EUA, 1994, 76 min. Direção: Maurice Hunt, Joe Johnston. Com Macaulay Culkin, Christopher Lloyd. Garoto que não morre de amores pelos livros refugia-se em uma biblioteca por conta de uma tempestade. Ali, encontrará o bibliotecário, que o introduzirá às páginas de um livro cheio de aventuras. Um filme infantil ou uma indireta dirigida à meninada?

Double Dragon
Globo, 15h45.

EUA, 1994, 98 min. Direção: James Yukich. Com Robert Patrick, Mark Dacascos. No ano de 2007, após terrível terremoto, Los Angeles vive em pleno caos, com gangues rivais tentando tomar conta do pedaço etc. etc.
Pecado Original
SBT, 22h30.

(Original Sin). EUA, 2000, 112 min. Direção: Michael Cristofer. Com Antonio Banderas, Angelina Jolie. Um solitário e rico Banderas arranja casamento com mulher americana. Quando ela chegar, ficará deslumbrado com ela. Depois, descobrirá que ela não é propriamente uma mulher de bem. Convém mais esperar pela exibição, algum dia, de "A Sereia do Mississipi", que François Truffaut adaptou do mesmo romance de Cornell Woolrich. Inédito.

Rocco Papaleo
Bandeirantes, 1h30.

(Permettete? Rocco Papaleo). Itália, 1971, 120 min. Direção: Ettore Scola. Com Marcello Mastroianni, Lauren Huton. Rocco é um imigrante italiano nos EUA que sofre com o frio e a indiferença das pessoas. Ele encontrará consolo, mas o filme tem um tom de crítica choraminga aos EUA que não ajuda. Mas é Scola, com Mastroianni etc.

Intercine
Globo, 1h45.

As opções são "Romeu e Julieta" (1996, de Baz Luhrmann, com Leonardo DiCaprio, Claire Danes) e "O Espelho Tem Duas Faces" (1996, de Barbra Streisand, com Barbra Streisand, Jeff Bridges, Lauren Bacall).

Creepshow - Arrepio do Medo
SBT, 2h40.

(Creepshow). EUA, 1982, 85 min. Direção: George A. Romero. Com Hal Holbrook, Adrienne Barbeau. Cinco episódios de horror escritos por Stephen King e dirigidos por George Romero. Homenagem às histórias em quadrinhos dos anos 50 e um filme que se distingue.

Assassinato por Traição
Globo, 2h50.

(Till Murder Do Us - Part 2). EUA, 1992. Direção: Dick Lowry. Com Meredith Baxter-Birney. Mulher decide matar o marido, que a humilhou durante o processo de divórcio.

A Tribo dos Krippendorf
SBT, 4h10.

(Krippendorf's Tribe). EUA, 1998, 94 min. Direção: Todd Holland. Com Richard Dreyfuss, Jenna Elfman. Depois de torrar o dinheiro de uma bolsa, antropólogo descobre, às vésperas da data em que tem de entregar um filme sobre sua pesquisa, que a tribo que deveria ter estudado não existe. (IA)


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