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Crítica
"Olga" vai do mau melodrama à franca galhofa
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É no campo de concentração
nazista, quando recebe sua filha e está prestes a sair, que
Olga Benário ouve frase fatal,
dita por uma guarda, segundo
a qual deve conferir o que está
recebendo (a filha), "pois não
aceitamos reclamações posteriores".
Estamos em "Olga" (Canal
Brasil, 0h30), no momento
preciso em que o filme deixa de
ser um mau melodrama para
entrar francamente no terreno
da galhofa. Pois dos nazistas sabemos que não eram de aceitar
reclamações -e raramente
existia a possibilidade de serem
posteriores.
Aqui, no entanto, existe um
misto de respeito e violação ao
Código do Consumidor. Como
se ele existisse àquela altura
dos acontecimentos, como se
o nazista tratasse as suas vítimas como um comerciante
grosseiro.
De certa forma, essa cena resume a incompreensão cósmica de "Olga" em relação à história, a seus personagens e a suas
circunstâncias. O que sobra?
Um novelão vergonhoso, sem
nada a dizer.
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