Narrado por Giulia Gam, espetáculo orquestrado para crianças é apresentado de amanhã a domingo, no auditório Ibirapuera

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pedro é um menino levado e corajoso. Mora na floresta. Seu avô o proíbe de sair de casa porque há um lobo malvado que pode ameaçá-lo. O lobo aparece e engole um pato. Pedro tenta socorrê-lo com a ajuda de um passarinho. Consegue prendê-lo, o pato é resgatado da barriga do lobo, e os caçadores o levam para morar no zoológico.
A história de "Pedro e o Lobo" é contada pela linda orquestração do compositor russo Sergei Prokofiev (1891-1953). Ela será apresentada entre amanhã e domingo no auditório Ibirapuera, com uma orquestra de 45 músicos regida por Carlos Moreno. A narração será da atriz Giulia Gam. Haverá bonecos que representam os personagens, e a direção cênica será de Muriel Matalon. É um espetáculo para crianças, que os adultos também vão adorar.
Prokofiev foi um dos grandes melodistas da primeira metade do século 20. Ao lado de Stravinski, Chostakovich ou Rachmaninov, fez parte de uma elite de músicos russos que "falava" magistralmente a linguagem da orquestra sinfônica.
Ele foi convidado por Natalia Saz, diretora artística do Teatro Central para Crianças de Moscou, a escrever uma peça que familiarizasse os jovens com os instrumentos de uma orquestra. O compositor já possuía um esboço composto para seu filho. Assim nasceu "Pedro e o Lobo", fábula musical que estreou em 2 de maio de 1936 e se tornou sucesso mundial.
Sua engenhosidade está na utilização dos naipes ou instrumentos para representar os personagens. Assim, Pedro é representado pelos instrumentos de cordas. O passarinho, pela flauta; o pato, pelo oboé; o gato, pela clarineta; o lobo, pelas trompas; o avô, pelo fagote; e os caçadores, pela percussão.
Outra particularidade, diz o maestro Carlos Moreno, é a associação de cada personagem a um determinado tema musical. São todos bonitos e eloqüentes. Para as seis récitas, a orquestra ficará sobre o palco e trabalhará com canoplas -as pequenas lâmpadas nas estantes das partituras- para não atrapalhar a iluminação dos bonecos, idealizados por Marco Lima.