São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009

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Músico tem rede de proteção na Urca

DA SUCURSAL DO RIO

Bastam poucos passos na Urca, na zona sul do Rio, para que os funcionários de Roberto Carlos saibam: tem repórter à sua procura no bairro. "É você então que está aí em frente à casa dele?", pergunta uma das assessoras do cantor em São Paulo à repórter, por celular.
Como ela sabe em tão pouco tempo? Resposta em bom sotaque carioca: "Meu amor, a Urca cuida de Roberto Carlos".
O dono da banca de jornal da rua em que o cantor vive também não demora. "Ele mora ali mesmo, naquele prédio branco", diz Ernesto Sciciliano, 69. "Mas pode esquecer. Ele é muito discreto, um homem muito elegante."
A discrição de Roberto combina com a Urca, diz o jornaleiro. No bairro, de apenas 17 ruas e pouco mais de 6.000 moradores, ele vive desde o início de 1980, na cobertura de um prédio de cinco andares na orla.
O Rei comprou também o 4º andar para sua mãe, Laura, e uma enorme casa na avenida São Sebastião, onde fez seu estúdio, um jardim para a mulher, Maria Rita, morta em 1999, e uma capela -uma vez por mês, um padre reza a missa lá, só para ele e convidados.
Para garantir o sossego da Urca, ele até comprou um terreno, na mesma avenida do estúdio, que era disputado por empreiteiras para a construção de um condomínio fechado, segundo a Amour (Associação de Moradores da Urca).
"O bairro é uma província dentro do Rio. É o quintal da casa do carioca, o lugar em que se vem ver o Pão de Açúcar, saltar, correr", diz Celinéia Ferreira, presidente da Amour.
É lá também que o Rei malha, mas sem sair na rua. "É dentro de casa, e acho que é sem personal trainner. Mas, como é perfeccionista em tudo, deve ter orientação", afirma Maria Emir Simões Broto, 52, irmã de Maria Rita, que visita o cantor ao menos uma vez por mês.
"O bairro preserva muito Roberto. Ainda mais porque, eu acho, ele é uma pessoa que não incomoda ninguém", diz ela. O Rei pouco caminha pelas ruas, mas dirige, sem o motorista Mathias, sua Mercedes no trajeto casa-estúdio-casa. "É um luxo que ele só se permite na Urca", diz Celinéia.
Fora isso, quando é "solicitado" -como no último Carnaval, quando o bloco Exalta Rei, só com músicas dele, parou em frente a seu prédio-, vai até a varanda, acena e fim. (AF)


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