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Músico tem rede de proteção na Urca
DA SUCURSAL DO RIO
Bastam poucos passos na Urca, na zona sul do Rio, para que
os funcionários de Roberto
Carlos saibam: tem repórter à
sua procura no bairro. "É você
então que está aí em frente à casa dele?", pergunta uma das assessoras do cantor em São Paulo à repórter, por celular.
Como ela sabe em tão pouco
tempo? Resposta em bom sotaque carioca: "Meu amor, a Urca
cuida de Roberto Carlos".
O dono da banca de jornal da
rua em que o cantor vive também não demora. "Ele mora ali
mesmo, naquele prédio branco", diz Ernesto Sciciliano, 69.
"Mas pode esquecer. Ele é muito discreto, um homem muito
elegante."
A discrição de Roberto combina com a Urca, diz o jornaleiro. No bairro, de apenas 17 ruas
e pouco mais de 6.000 moradores, ele vive desde o início de
1980, na cobertura de um prédio de cinco andares na orla.
O Rei comprou também o 4º
andar para sua mãe, Laura, e
uma enorme casa na avenida
São Sebastião, onde fez seu estúdio, um jardim para a mulher, Maria Rita, morta em
1999, e uma capela -uma vez
por mês, um padre reza a missa
lá, só para ele e convidados.
Para garantir o sossego da
Urca, ele até comprou um terreno, na mesma avenida do estúdio, que era disputado por
empreiteiras para a construção
de um condomínio fechado, segundo a Amour (Associação de
Moradores da Urca).
"O bairro é uma província
dentro do Rio. É o quintal da
casa do carioca, o lugar em que
se vem ver o Pão de Açúcar, saltar, correr", diz Celinéia Ferreira, presidente da Amour.
É lá também que o Rei malha,
mas sem sair na rua. "É dentro
de casa, e acho que é sem personal trainner. Mas, como é perfeccionista em tudo, deve ter
orientação", afirma Maria
Emir Simões Broto, 52, irmã de
Maria Rita, que visita o cantor
ao menos uma vez por mês.
"O bairro preserva muito Roberto. Ainda mais porque, eu
acho, ele é uma pessoa que não
incomoda ninguém", diz ela. O
Rei pouco caminha pelas ruas,
mas dirige, sem o motorista
Mathias, sua Mercedes no trajeto casa-estúdio-casa. "É um
luxo que ele só se permite na
Urca", diz Celinéia.
Fora isso, quando é "solicitado" -como no último Carnaval, quando o bloco Exalta Rei,
só com músicas dele, parou em
frente a seu prédio-, vai até a
varanda, acena e fim.
(AF)
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