São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998

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DANÇA
Atriz estréia em setembro, como convidada especial, em "Ciranda dos Homens... Carnaval dos Animais"
Pêra participa de espetáculo de Bertazzo

João Caldas/Divulgação
A atriz Marília Pêra (centro), durante ensaio de "Ciranda dos Homens... Carnaval dos Animais", que chega a SP em setembro


ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

Marília Pêra está disposta a resgatar uma paixão antiga: a dança, que ela estudou e exerceu profissionalmente antes de se tornar atriz e cultivou como recurso técnico ao longo de toda sua carreira.
A volta ao palco como bailarina ocorrerá em setembro, quando Marília participará, como convidada especial, do novo espetáculo do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, "Ciranda dos Homens... Carnaval dos Animais".
"Eu vinha acalentando uma nostalgia de fazer parte de um corpo de baile", diz a atriz, que está fazendo aulas com a disciplina dos bailarinos profissionais.
Nas salas de aula da escola de Bertazzo, Marília chega a surpreender com a precisão e naturalidade com que executa passos e sequências coreográficas.
Paralelamente aos ensaios em São Paulo, ela continua protagonizando a peça teatral "Toda Nudez Será Castigada", em cartaz no Rio de Janeiro. Além dessas atividades, está supervisionando um show de Zezé Motta e começando a gravar uma telenovela.
Em meio a tantos compromissos, ela diz que não poderia perder a chance de participar do espetáculo de Bertazzo, que lhe permite exercitar múltiplas habilidades.
À parte as sequências de dança, Marília também canta e interpreta versos de poetas brasileiros em "Ciranda dos Homens...". Em uma das cenas, ela anda de bicicleta em volta de uma pirâmide humana, enquanto pronuncia poesias de Drummond, Olavo Bilac, Gonçalves Dias etc.
Entre as canções que ela canta, estão "Anta", "Tamanduá" e "O Sinimbu", de Almeida Prado, além de "Galinho Garnizé", que se tornou famosa na voz de Ademilde Fonseca.
Sobre sua ligação com a dança e a música, Marília afirma que, estimulada pelo pai, começou a estudar piano e balé ainda na infância. "Queria ser bailarina", recorda.
"Eu tinha 11 anos quando meu pai me matriculou no Serviço Nacional de Teatro, do Rio de Janeiro, onde as aulas de dança eram gratuitas."
Daquela época em diante, Marília estudou com alguns dos melhores professores do Rio, como David Dupret, que nos anos 50 havia dançado no Ballet do IV Centenário em São Paulo, além de Aldo Lotufo, Berta Rosanova e Tatiana Leskova.
Outro professor importante foi Johnny Franklyn, que em 1951 tornou-se o primeiro bailarino do Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
"Foi Johnny que me colocou para dançar no corpo de baile da antiga televisão Tupi", diz Marília, que se exercitou nas sapatilhas de ponta durante 11 anos.
Na adolescência, Marília também dançou no Circo Tihanny. "Eu e outras bailarinas, todas nas pontas, fazíamos ligações entre os números de mágica."
Mais tarde, no final dos anos 70, quando já era uma atriz consagrada, teve outra experiência fundamental ao ser dirigida na peça "O Exercício" pelo professor e coreógrafo Klauss Vianna, que lhe revelou uma nova maneira de se expressar corporalmente.
"Com isso, a dança e a música se tornaram complementos indispensáveis em minha profissão de atriz", diz Marília.

Espetáculo: Ciranda dos Homens... Carnaval dos Animais
Quando: de 2 a 20 de setembro; terça a sábado, às 21h; domingo, às 19h (Sesc); 27 de setembro, às 17 e 21h (Teatro Municipal) Onde: teatro Sesc Pompéia (rua Clélia, 93, tel. 011/3871-7700) e Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 011/223-3022)
Quanto: a confirmar Patrocínio: Natura, Telebrás e Sesc



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