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ERUDITA
Inauguração está prevista para novembro, com "Così Fan Tutte", de Mozart, e "Il Turco in Italia", de Rossini
São Paulo terá teatro de ópera de câmara
IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha
São Paulo vai ganhar um teatro
de ópera de câmera. A empreitada
será comandada pela diretora Vivien Lando, que assume o controle
do teatro Fernando de Azevedo
(no prédio do antigo colégio Caetano de Campos, na praça da República) a partir de 1º de agosto.
"É um prédio da Secretaria Estadual da Educação, com administração da Secretaria da Cultura",
explica Lando. "Ele me foi cedido
por um período inicial de seis meses, renováveis."
A diretora ainda não conseguiu
amealhar todos os recursos financeiros para colocar o teatro em
operação, mas está prestes a começar os testes para a contratação
de 21 instrumentistas e 19 cantores.
A idéia é estrear as primeiras
óperas -"Così Fan Tutte", de
Mozart, e "Il Turco in Italia", de
Rossini- no final de novembro.
"Deixar as produções em cartaz
por um bom período de tempo é
uma boa maneira de habituar o
público a ir à ópera", avalia.
Antes de enveredar pelo campo
da ópera, Vivien Lando foi jornalista e atuou como diretora de teatro.
Na cena lírica, foi assistente de
dois monstros sagrados, em Paris:
Bob Wilson e Dario Fo -Prêmio
Nobel de Literatura de 98.
Entre 92 e 95, trabalhou com Boris Pakrovsky no teatro de Câmera
de Moscou -uma experiência relatada no livro "Balalaicas e Mandolinas", lançado no ano passado
pela editora Objetiva.
Da Europa, Lando trouxe a idéia
de fazer uma companhia de repertório.
Um teatro de repertório, afirma,
pode ser mais econômico sem abdicar da qualidade. Algo que a diretora aprendeu tendo de lidar
com a realidade econômica russa.
"A Ópera da Bastilha, em Paris,
era milionária. Lá, mais do que
aprender a fazer, eu aprendi a sonhar", diz. "Já em Moscou,
aprendi que era possível fazer coisas legais com pouca grana."
"Così Fan Tutte" e "Il Turco
Na Italia" são comédias italianas
sobre a volubilidade feminina. Para o ano que vem, Lando pretende
montar a farsa surrealista "Les
Mamelles de Tirésias" ("As Mamas de Tirésias"), ópera de Poulenc com texto de Apollinaire que
ela dirigiu em Moscou, em 95.
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