São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Brecht me entende, diz Aderbal Freire-Filho Diretor faz montagem "mais próxima do mundo como é hoje" a partir de texto do dramaturgo alemão dos anos 20 Espetáculo "Na Selva das Cidades", sobre família que sofre com vida na cidade, estreia hoje no CCBB do Rio DO RIO Como todo jovem envolvido visceral e intelectualmente com teatro, Aderbal Freire-Filho leu muito Brecht (1898-1956) em sua juventude. Leu e não entendeu. "Quando ele monologou para mim, nos artigos teóricos, eu não entendi nada. Mas, quando comecei a fazer o meu teatro, que tem fé na imaginação do espectador, fui descobrindo que o cara com quem eu dialogava era o Brecht. Ele me entende." Agora que ambos se entendem, o diretor volta a montar uma peça do dramaturgo alemão: "Na Selva das Cidades", que abre hoje para o público, no CCBB do Rio. Escrita nos anos 20, a peça se passa em Chicago, em 1912, e conta a história da família Garga, que sofre com o convívio social na cidade depois de ter deixado o campo. "É uma peça de um jovem querendo entender o mundo e transmitindo para nós a falta de clareza dele. Ele mesmo diz 'Não procure entender', porque ele também não estava entendendo." Com esse contexto, o diretor diz que "Na Selva das Cidades" se encaixa muito melhor no cenário de complexidade política de hoje do que no mundo bipolar da célebre montagem (que ele não viu) feita pelo Oficina em 1969. "Acabou o comunismo, o capitalismo está numa crise que não se entende. Por tudo isso, uma peça em que os dois personagens, o idealista e o capitalista, ficam o tempo inteiro em posições incertas é muito mais próxima de um mundo como o de hoje." Paralelamente à direção da nova peça, segue em cena no teatro Poeirinha (em Botafogo, zona sul) com seu xodó atual, "Depois do Filme". A peça continua a história de Ulisses, seu personagem no longa "Juventude" (de Domingos Oliveira), que reflete sobre as chances perdidas em sua vida à medida que vê seu fim se aproximar. A obra, escrita e dirigida por Freire-Filho (também o único ator em cena), foi montada mesmo após perder oito editais de patrocínio. NA SELVA DAS CIDADES QUANDO qua. a dom., às 19h ONDE CCBB (r. Primeiro de Março, 66, Rio, tel. 0/xx/21/3808-2020) QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO 16 anos Texto Anterior: Na selva de Aderbal Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros

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