|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Twelves trocam o quarto pelo mundo
Cria da internet, dupla de Niterói faz show em SP, após flerte com gravadora australiana e BBC londrina
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles existem há menos de
dois anos, têm apenas meia dúzia de músicas prontas, mas já
foram ouvidos na principal
emissora de rádio do Reino
Unido, são cortejados por gravadora australiana e estarão
em uma coletânea japonesa
com bandas novas. O mundo
dos Twelves gira rápido.
Pertencentes a uma geração
de jovens que não precisa sair
do quarto de casa para ter suas
músicas ouvidas em qualquer
lugar do mundo, os Twelves são
dois amigos de Niterói (RJ):
João Miguel e Luciano Oliveira, ambos com 27 anos, ambos
nascidos em 12 de julho de 1980
-daí o nome The Twelves.
A trajetória dessa dupla pode
ser dividida em duas partes: antes e depois de julho (deste
ano). Naquele mês, os dois colocaram no MySpace
(www.myspace.com/the12s)
um remix de "Boyz", faixa da
anglo-cingalesa M.I.A..
A versão, com textura e dinâmica que conseguem reunir
disco music, pop e electro, começou a aparecer em blogs de
MP3. Dali, chegou à Radio 1, a
emissora de rádio da BBC.
Atenta a tudo isso, a gravadora australiana Modular comissionou ao Twelves um remix
para "Get Lucky", da banda
New Young Pony Club, que sai
em outubro. Um selo japonês
pediu licença à dupla para incluir uma faixa deles, "I Feel
Fine", numa coletânea que terá
também faixas de Battles, Cansei de Ser Sexy, entre outros.
Tudo isso de julho para cá.
Tudo isso (três remixes e algumas músicas próprias) criado
no quarto da casa deles, com
laptops e softwares. "Começamos por hobbie. Não tinha
idéia de que as coisas poderiam
acontecer tão rapidamente",
conta Luciano Oliveira.
A dupla se apresentou ao vivo apenas duas vezes, no Rio. A
terceira acontece hoje, no Milo
Garage (r. Minas Gerais, 203,
São Paulo; tel. 0/xx/11/3129-8027; R$ 10). Em novembro,
tocam no clube Vegas. (E foram convidados para tocar no
Motomix e no Nokia Trends.)
"Tenho quase um estúdio no
quarto: computador turbinado,
milhões de programas, guitarra, baixo, controlador Midi, microfone. Hoje não precisa mais
pagar R$ 200 por hora num estúdio. Dá para fazer tudo em
casa", resume João Miguel.
Essa é a mentalidade de outros dessa geração, como o paranaense Péricles Martins, 20.
Ele assina suas produções como Bo$$ in Drama. No MySpace (www.myspace.com/boss
indrama), dá para ouvir o remix feito para "Kryptonite
Pussy", das rappers Yo Majesty. "Produzo no computador, com softwares que baixo
da internet. O que vale é a criatividade, não a quantidade de
equipamentos que você tem",
diz Martins.
(THIAGO NEY)
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Marcos Augusto Gonçalves Índice
|