JORGE CARRARA
ENVIADO ESPECIAL AO CHILE

Famoso pelos densos tintos de uvas cabernet sauvignon, o Chile tem surpreendido ultimamente com um elenco de sauvignon blanc e pinot noir leves e vivazes, nascidos em climas mais frios. O surgimento desta nova ala pode ser atribuído ao enólogo Paulo Morandé.
Nos anos 80, a vinícola Concha y Toro lhe confiou a missão de encontrar terras adequadas para esse tipo de variedades. Após visitar vinhedos de outros países, Morandé indicou o vale de Casablanca, ao norte de Santiago, por ter um ambiente similar ao de Carneros, famosa região californiana.
Seus patrões não botaram fé, mas Morandé, sim: comprou terras lá, plantou videiras -num canto que hoje é berço de belos vinhos do país- e acabou iniciando um vôo solo com a criação em 1996 da sua própria vinícola, a Viña Morandé.
São mais de 600 hectares de vinhedos espalhados por importantes áreas, como Maipo, Rapel, Curico, Maule e, naturalmente, Casablanca. Da adega da casa, localizada em Rapel, saem alguns rubros de ponta do repertório chileno -como os Edición Limitada- e goles de atraente relação preço-qualidade, do estilo dos Pionero.
Boa pedida entre esses últimos são dois tintos 2006, o Pinot Noir, oriundo de Casablanca, equilibrado, típico no aroma e sabor e com paladar de agradável acidez (86/100, R$ 19) e o Carmenère (de Maipo) com textura sedosa, marcado por cerejas e especiarias (87/100, R$ 19).
Bom também -mas já um degrau acima- o Terrarum Merlot 2004 (outro rubro de Maipo) complexo (cassis, couro, torrefação) redondo e persistente (89/100, R$ 35, todos à venda na Venews, tel 0/xx/11/3289-0194).