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CENSURA
Filme estréia amanhã com 40 segundos a menos de duração
"Clube da Luta" chega ao Reino Unido em versão com cortes
FÁBIO ZANINI
de Londres
O filme "Clube da Luta", de
David Fincher, estréia amanhã
no Reino Unido com 40 segundos a menos de duração do que
sua versão original, a mesma
que está sendo exibida no Brasil.
É o resultado de cortes em
duas cenas de violência determinados nesta semana pelo British Board of Film Classification
(BBFC), órgão independente
que estabelece as faixas etárias
autorizadas a assistir a cada filme exibido no país e censura as
cenas consideradas inapropriadas. De acordo com o BBFC, a
decisão foi tomada para "preservar a audiência".
"As cenas que sofreram corte
mostram homens que sentem
prazer e satisfação em praticar
atos de extrema violência contra
outras pessoas indefesas", disse
à Folha Sue Clark, representante do BBFC.
O filme, que já estreou nos
EUA, tem causado protestos
porque estaria promovendo um
culto à violência. Em São Paulo,
no último dia 3, o estudante Mateus da Rocha Meire, 24, armado com uma metralhadora semi-automática, entrou no cine
Morumbi 5, que exibia "Clube
da Luta" e disparou contra a
platéia matando três pessoas.
Na história do filme, os personagens vividos por Brad Pitt e
Edward Norton criam um clube
para reunir homens que buscam dar um sentido à vida e reafirmar sua masculinidade por
meio de atos de violência.
Uma das sequências cortadas
mostra o personagem de Pitt
sendo espancado, sem demonstrar reação. Na outra cena modificada, o personagem de Norton bate em um homem e diz
que sente "prazer por estar destruindo algo belo".
Os cortes, na verdade, totalizam somente seis segundos. O
restante foi suprimido pelos
próprios produtores, para que a
história não perdesse sentido.
Contatada pela Folha em seu
escritório, a Fox Warner, produtora do filme, não quis fazer
comentários.
Julian Petley, coordenador da
Campanha pela Liberdade de
Imprensa e Comunicação, disse
que a censura ao filme é "insensata". "Não vejo como o fato de
retirar alguns segundos de um
filme possa torná-lo menos violento. Se os responsáveis pela
classificação consideram o filme
nocivo, seria mais coerente que
o tivessem proibido por inteiro", afirmou.
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