São Paulo, Quinta-feira, 11 de Novembro de 1999
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MÚSICA
Serão apresentadas 28 obras de autores nacionais
Osesp divulga seu programa de 2000

JOÃO BATISTA NATALI
da Reportagem Local


A Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) anunciou para o ano que vem 34 programas de câmara ou sinfônicos, de que participarão 48 solistas, 21 deles estrangeiros. Entre os 13 regentes convidados estará Kurt Masur, 72, atual diretor da Filarmônica de Nova York.
Masur apresenta-se em agosto, dirigindo duas sinfonias, ambas com o número 4 -a de Felix Mendelssohn ("Italiana") e a de Anton Bruckner ("Romântica").
O secretário da Cultura do Estado, Marcos Mendonça, e o diretor artístico da orquestra, John Neschling, também anunciaram a criação de assinaturas para a comercialização dos ingressos.
A programação foi dividida em quatro séries, com oito ou nove concertos. As assinaturas mais baratas custarão R$ 80,00, e as mais caras, R$ 270,00.
A orquestra, reformulada em 1997 e que tem atraído em média 1.100 pessoas para cada uma de suas duas récitas semanais, está desde julho instalada na Sala São Paulo, na Estação Júlio Prestes, centro paulistano.
Esse recente fenômeno cultural foi mantido, em 1999, com uma dotação de R$ 9,5 milhões. Ela deverá, disse Mendonça, passar para R$ 11,5 milhões em 2000. A atração de patronos da iniciativa privada, o aluguel da sala e mais bilheteria e assinaturas poderão, segundo ele, cobrir 40% desse novo orçamento.
Por mais que se trate de uma dotação de tamanho inédito na história das orquestras sinfônicas brasileiras, disse Neschling, a quantia corresponde a apenas 8% do que é anualmente gasto pela Filarmônica de Nova York.
Para o ano que vem, a orquestra estará interpretando 28 obras sinfônicas ou de câmara de 23 compositores brasileiros, dos mais conhecidos, como Villa-Lobos e Marlos Nobre, aos menos executados, como Lindembergue Cardoso e Luciano Gallet.
Eles integram um painel de partituras, que recebeu como título "Criadores do Brasil", e serão interpretados no quadro das comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil.
Um dos painéis, em março, com Guerra Peixe e Gnatalli, será regido por Isaac Karabtchevsky, diretor do Municipal de São Paulo e do La Fenice, de Veneza.
Do repertório sinfônico europeu haverá três sinfonias de Mahler, duas de Chostakovich e quatro de Beethoven. Dez obras programadas nunca ou raramente foram interpretadas no Brasil, como a "Quarta", de Nielsen, ou o "Concerto para Violino e Orquestra", de Ligeti.
John Neschling anunciou que no ano que vem a Osesp se apresentará em Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte, fazendo ainda sua primeira turnê latino-americana, passando palas cidades de Lima, Buenos Aires, Córdoba e Mar del Plata.
Entre os planos de mais longo prazo, o diretor artístico da orquestra disse que em 2001 há convites para gravações em negociação. Um deles, com a Sony, prevê a difusão de música sinfônica brasileira e o acompanhamento de solistas como o violoncelista Yo-Yo Ma ou o violonista John Williams. A Marco Polo, gravadora de Hong Kong, propõe uma série com Carlos Gomes e Villa-Lobos. Há ainda entendimentos com a BMG e a Erato.


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