São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2007

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Nas lojas

Drama
Amantes Constantes
PHILIPPE GARREL
Distribuidora:
Imovision; Quanto: só para locação Avaliação: ótimo
Em "A Rampa" (Cosac Naify), livro que reúne a essencial crítica de Serge Daney, Serge Toubiana, diretor da Cinemateca Francesa, lembra que a revista "Cahiers du Cinéma" em seu período maoísta, no início dos anos 70, se afastou de diretores como Philippe Garrel, mas depois se recobrou. Já o circuito de cinema brasileiro só veio conhecê-lo no ano passado, quando "Amantes Constantes" esteve em cartaz e foi sucesso entre a crítica. Garrel (melhor diretor em Veneza-2005) exibe grande habilidade narrativa em quase três horas de filme, não fazendo concessões facilitadoras ao abordar a euforia política e o complexo jogo de forças do Maio de 68, em seus embates contra o poder, entre barricadas, fugas e discussões em grupo. O filme cresce ainda mais quando o foco se volta para o pós-68, com a perda dos ideais e o pragmatismo predominante. A fotografia de William Lubtchansky (colaborador de Rivette e Iosseliani), o casal de protagonistas (Louis Garrel e Clotilde Hesme) e uma cena de dança ao som de "This Time Tomorrow", dos Kinks, ajudam a tornar o filme memorável. (MARIO GIOIA)

Drama Um Amor de Swann
VOLKER SCHLÖNDORF
Distribuidora:
Versátil; Quanto: R$ 37,50, em média
Avaliação: regular
Depende muito: se comparado com "O Tambor" (1979), filmado pelo próprio Volker Schlöndorf, esta adaptação, de 1984, do primeiro volume do "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, é uma maravilha. Como imaginar um Charles Swann melhor do que Jeremy Irons? Ou uma duquesa de Guermantes melhor do que Fanny Ardant, por exemplo? Resta que Marcel Proust é praticamente inadaptável, e não havia de ser Schlöndorf a resolver esse problema: os acontecimentos em si não são o que importa. Importam as palavras, as detidas descrições, enfim tudo isso que não é da natureza do cinema dar conta. "Um Amor de Swann" torna-se, com isso, a crônica aplicada da vida dos grã-finos franceses de determinada época. Mas nunca mais do que ilustração de acontecimentos cujo encanto não vem do acontecer, mas do narrar. E esse problema está para nascer quem conseguirá contorná-lo. (IA)


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