São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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CINQÜENTONAS

CADERNOS CULTURAIS

Questionado sobre a qualidade da cobertura de cultura nos jornais brasileiros, Lobão disse que não teria sobrevivido como artista sem "lampejos de seduzir o público e os cadernos culturais com coisas interessantíssimas", para que pudesse "ejacular os meus produtos". Para Contardo, há mais improvisação do que se imagina na definição das pautas. "Depende do interesse dos repórteres e editores." Já Tezza apontou a reaproximação entre imprensa e academia, mas ressalvou: "Hoje, a grande figura de crítico são os editores. São eles que selecionam o que há de relevante".

A CRÍTICA HOJE

Quando o tema foi a qualidade da crítica no Brasil, o mais veemente foi Contardo: "Às vezes, peca pelo provincianismo. Ainda é medíocre, preocupada em [fazer] o crítico aparecer." Já Tezza diz que faltam críticos propriamente ditos: "O último é o Wilson Martins. Eu mesmo me aventuro na área, mais como comentarista literário. A produção crítica universitária está escondida. Falta uma ponte para ter circulação maior".

CINQÜENTONAS FUNÇÃO DA ARTE

Os debatedores foram indagados pelo público se buscam indicar, em suas obras, modos de as pessoas melhorarem suas vidas. Padilha disse que acha temerário apontar uma função para a arte: "Não me interesso em fazer cinema com mensagem subjacente, em função de uma certa ideologia". Contardo afirmou que a única coisa que enriqueceu sua vida foi a literatura, daí acreditar que o que escreve também tem tal função.

MARCO CULTURAL

A última pergunta foi sobre manifestações culturais que houvessem marcado a vida dos debatedores. Padilha apontou a eleição de Barack Obama nos EUA: "É um fenômeno cultural numa época de trevas". Para Contardo, o filme "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen, o levou a pensar o que é amar e se aventurar na vida.
Tezza brincou, lembrando sua estréia tardia na informática com um computador "que parecia painel da Nasa", e indicou a queda do Muro de Berlim como marco, "mudança total que talvez ainda não tenhamos absorvido completamente".


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