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Novo livro incluirá 'esquecidos'
especial para a Folha
Sobre o novo livro que está escrevendo, Harold Bloom garante:
"Não vou brigar com ninguém".
O livro, que se chamará "Como
Ler e Por Que", será publicado nos
Estados Unidos pela Scribner e no
Brasil pela Objetiva, ainda sem data de lançamento.
"Vou tentar mostrar, para pessoas de diferentes línguas, incluindo leitores americanos, que o real
perigo agora não vem da ideologia,
mas da devastação visual. O perigo
vem da televisão, do cinema, da
realidade virtual", diz Bloom.
Escaldado pela experiência anterior de "O Cânone Ocidental", o
crítico se defende:
"Usarei exemplos de diferentes
literaturas. Pessoa, alguns autores
brasileiros, franceses, alemães, italianos, bem como ingleses e americanos. Senti que meu "Cânone Ocidental' ficou um pouco confinado
à tradição inglesa e americana e
admito que haja uma certa dívida
do livro, tanto que acabei repudiando a lista".
O objetivo de Bloom em "Como
Ler e Por Que" é fazer um estudo
introdutório, mostrando não apenas como ler literatura, mas por
quê. "Para que possamos continuar sendo capazes de conversar e
conviver uns com os outros como
seres humanos, tentando sobreviver à solidão, é preciso evitar a tirania do visual. Defendo a leitura
contra o que hoje se convencionou
chamar de informação", diz.
Bloom aponta hoje quatro grandes escritores nos EUA: Cormac
McCarthy, Philip Roth, Don DeLillo e Thomas Pynchon. "Mas acho
que, no fundo, McCarthy é o maior
de todos. Não consigo dormir, sou
um insone. Leio muito e tenho dúvidas de que exista no mundo hoje
um escritor tão forte quanto ele",
diz.
(BC)
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