São Paulo, sexta, 11 de dezembro de 1998

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Novo livro incluirá 'esquecidos'

especial para a Folha

Sobre o novo livro que está escrevendo, Harold Bloom garante: "Não vou brigar com ninguém".
O livro, que se chamará "Como Ler e Por Que", será publicado nos Estados Unidos pela Scribner e no Brasil pela Objetiva, ainda sem data de lançamento.
"Vou tentar mostrar, para pessoas de diferentes línguas, incluindo leitores americanos, que o real perigo agora não vem da ideologia, mas da devastação visual. O perigo vem da televisão, do cinema, da realidade virtual", diz Bloom.
Escaldado pela experiência anterior de "O Cânone Ocidental", o crítico se defende:
"Usarei exemplos de diferentes literaturas. Pessoa, alguns autores brasileiros, franceses, alemães, italianos, bem como ingleses e americanos. Senti que meu "Cânone Ocidental' ficou um pouco confinado à tradição inglesa e americana e admito que haja uma certa dívida do livro, tanto que acabei repudiando a lista".
O objetivo de Bloom em "Como Ler e Por Que" é fazer um estudo introdutório, mostrando não apenas como ler literatura, mas por quê. "Para que possamos continuar sendo capazes de conversar e conviver uns com os outros como seres humanos, tentando sobreviver à solidão, é preciso evitar a tirania do visual. Defendo a leitura contra o que hoje se convencionou chamar de informação", diz.
Bloom aponta hoje quatro grandes escritores nos EUA: Cormac McCarthy, Philip Roth, Don DeLillo e Thomas Pynchon. "Mas acho que, no fundo, McCarthy é o maior de todos. Não consigo dormir, sou um insone. Leio muito e tenho dúvidas de que exista no mundo hoje um escritor tão forte quanto ele", diz. (BC)



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