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Mostra reúne 47 obras de Corbusier
da Sucursal do Rio
A inauguração, hoje, da exposição "Le Corbusier - Rio de Janeiro
1929, 1936", no Centro de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, é uma oportunidade de o público conhecer uma versão pouco
usual da história da arquitetura
moderna, na qual a cidade influencia o trabalho do arquiteto tanto
quanto é influenciada por ele.
A mostra reúne 47 desenhos originais do arquiteto franco-suíço,
considerado um dos mais importantes do século 20, com seguidores como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
A maioria dos desenhos -38-
pertencem à Fundação Le Corbusier de Paris. Os nove restantes fazem parte do acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e se referem
às conferências realizadas pelo arquiteto durante sua passagem pelo
Rio em 1936.
Os desenhos abrangem o período de 1922 até meados da década
de 30, fazendo uma incursão pelo
trabalho de Le Corbusier antes de
conhecer o Rio de Janeiro, durante
suas duas visitas à cidade em 1929 e
1936 e após esse período.
Influências
"É uma relação claramente de
mão dupla. Le Corbusier influenciou a arquitetura moderna brasileira e ao mesmo tempo repensou
seu trabalho após conhecer o Rio
de Janeiro", afirma o diretor do
Centro de Arquitetura e Urbanismo, Jorge Czajkowski.
Um dos projetos mais conhecidos de Le Corbusier é um ousado
desenho urbanístico para o Rio, no
qual um único prédio em forma de
fita ligaria o centro da cidade até o
morro Dois Irmãos (na zona sul).
Na concepção original, que nunca saiu do papel, o edifício-viaduto
seria construído sobre pilotis, com
uma autopista na cobertura.
O edifício, de 100 metros de altura, com cerca de 20 andares, poderia abrigar uma população de 90
mil pessoas, além de atividades comerciais e de lazer.
O prédio, estreito (aproximadamente da largura do Minhocão, em
São Paulo), abrigaria apartamentos dúplex com terraços. Na descrição de Jorge Czajkowski, Le
Corbusier quis inserir casas espaçosas na estrutura do edifício, oferecendo qualidade de vida aos moradores.
O diretor do centro afirma que a
intenção do arquiteto era de realmente construir esse edifício-viaduto. Um dos seus argumentos a
favor do projeto era de que a construção preservaria a paisagem carioca, além de ser economicamente mais barato que as construções
tradicionais.
Le Corbusier concebeu o prédio
durante sua primeira passagem
pelo Brasil, em 1929, e apresentou
o projeto em palestra a estudantes.
Na segunda visita ao país, em
1936, a convite do presidente Getúlio Vargas, o arquiteto supervisionou a construção do ministério da
Educação e Saúde (no centro do
Rio) e da cidade universitária da
então Universidade do Brasil, hoje
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A exposição ficará aberta ao público a partir de amanhã até o dia 7
de fevereiro, de terça a domingo,
das 12h às 19h, na rua São Clemente, 117, em Botafogo.
Na mostra, será vendido o CD-ROM do Projeto do Rio, que contém o edifício-viaduto. Haverá
computadores para o público consultar o projeto e passear por ele,
como se estivesse sobrevoando-o
de helicóptero.
O vice-ministro da Cultura da
França, François Parret, estará
presente à inauguração da exposição.
Exposição: Le Corbusier - Rio de Janeiro
1929, 1936
Onde: Centro de Arquitetura e Urbanismo
do Rio de Janeiro (r. São Clemente, 117,
Botafogo, tel. 021/503-3137)
Quando: de terça a domingo, das 12h às
19h. Até 7 de fevereiro
Quanto: entrada franca
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