São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2002

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Museus franceses sofrem queda no número de visitantes em 2001

DE PARIS

Os museus e monumentos franceses sofreram uma dramática redução no número de visitantes em 2001, segundo o balanço anual das instituições. A frequência ao Museu do Louvre caiu em 20,4%, passando de 3,4 milhões de entradas em 2000 para 2,7 milhões no ano passado. Os prejuízos na bilheteria chegam a 2,4 milhões de euros (cerca de R$ 4,9 milhões).
O Museu d'Orsay, que abriga as obras dos impressionistas, foi o mais afetado: sua bilheteria diminuiu em 31,2% -com 1,1 milhão de visitantes em 2001, contra 1,6 milhão em 2000.
No Palácio de Versalhes, calcula-se que houve redução de 30% na venda de entradas, segundo o jornal "Le Monde". No Museu Picasso, a cifra chega a 11,2%.
Nos monumentos, como o Arco do Triunfo e a Sainte-Chapelle, as baixas atingiram 30% em outubro e 16% em novembro de 2001. A assessoria de imprensa da Torre Eiffel informa que, ali, a redução foi de cerca de 15%.
Os atentados terroristas de 11 de setembro e a série de greves que atingiram os museus ao longo do ano estão entre as causas da baixa frequência de visitantes. Só agora o turismo francês está se recuperando da crise que o atingiu logo depois dos ataques aos EUA.

Alto custo
No Reino Unido, a situação é diversa: a frequência aos museus dobrou no ano passado, graças à adoção da entrada gratuita. Na França, a maioria dos museus e monumentos cobra ingressos. Uma entrada para o Louvre custa 7,50 euros (cerca de R$ 15,30).
O custo da manutenção dos museus e da realização das exposições é cada vez mais alto, sobretudo depois que subiram os preços dos seguros. A exposição "Matisse-Picasso", que ocorrerá em setembro no Grand Palais, custará 3,8 milhões de euros. Seu seguro ficará em 1,8 milhões de euros.
A recessão econômica, por sua vez, está levando à redução dos patrocínios. O empresário François Pinault, dono das marcas Yves Saint Laurent e Gucci, desistiu de patrocinar com 800 mil euros a mostra sobre o surrealismo prevista no Centre Georges Pompidou, em fevereiro. O evento, porém, está mantido e será uma das principais exposições do ano em Paris. (ALCINO LEITE NETO)



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