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MÚSICA
Evento que acontece hoje destaca produção cultural feminina
Garotas invadem o palco do Sesc Ipiranga
DIEGO ASSIS
DA REDAÇÃO
Machistas de plantão, preparem-se: durante todo o dia de hoje
o Sesc Ipiranga será das mulheres.
Batizado de "All Grrls" -na verdade fruto da versão do ano passado no Hangar 110-, o evento
terá debates, vídeos e bandas focando a produção cultural feminina, ainda hoje relegada ao obscuro universo "underground".
A barulheira deve começar às
15h30, com uma palestra/discussão encabeçada por Sonia Francine e Nina Lemos, colunistas da
Folha. Na sequência serão exibidos dois curtas-metragens de Carolina Pfister, além de um documentário brasuca sobre skate feminino.
Às 19h, têm início os shows. A
primeira banda a tocar, Cosmogonia, promete apresentar músicas próprias compostas durante
os oito anos de estrada da banda.
Punk, suas letras falam sobre a situação da mulher no Brasil, passando por temas como aborto e
discriminação social.
Em seguida, sobem ao palco as
garotas do Hats, que, especialmente nesse evento, adotam o nome de Ratas e pretendem fazer
covers de bandas femininas como
L7, Sleater-Kinney e The Donnas.
E, por fim, o Wedding Swingers
-que, ao contrário das outras,
abriu uma concessãozinha para
homens na banda- apresenta
sua mistura de rock anos 50 e
punk cantada, em inglês, por
Debbie Cassano.
Mas afinal, o que é exatamente a
"produção cultural feminina"?
"No fundo não há diferença, só
que as mulheres ganham menos e
costumam ter menos visibilidade
nos ambientes dominados por
homens", desabafa Cassano, que,
além de organizar e tocar no
evento, escreve fanzines e tem seu
próprio selo, Ordinary Records.
"É uma questão numérica: existem poucas bandas de mulheres
no total. Talvez porque elas não se
imaginem tocando em uma banda, por exemplo. O modelo feminino massificado ainda é ser atriz
ou coisa parecida", pondera Soninha, que também já teve banda.
Guerra dos sexos? "A igualdade
econômica é muito mais urgente
do que ser homem ou mulher. A
questão não é queimar sutiã mas
se você quer enfrentar a força da
gravidade, ou não", diz Cassano.
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