Para diretora do evento, mistura de artesanato e tecnologia pode tirar o Brasil da periferia fashion

A miscigenação cultural é o tema da próxima edição outono-inverno do Fashion Rio, que completa cinco anos. "Na moda brasileira, miscigenação significa fundir elementos das várias culturas que coabitam no país, o tradicional e o futurista, o capim dourado do Jalapão e a tecnologia da roupa esportiva", diz a carioca Eloysa Simão, 48, diretora do evento, que começa no domingo.
Para ela, a fusão cultural é o caminho que pode levar o Brasil da periferia da moda a um lugar de destaque no mercado internacional. "A nossa diversidade cultural é o grande tesouro que temos e é aquilo que poderá criar o nosso diferencial", afirma ela.
O Fashion Rio acontece na Marina da Glória com a participação de 32 grifes -fora os jovens estilistas do Rio Moda Hype- e terá segurança reforçada, em vista dos ataques criminosos no Rio. "Pedimos o reforço do policiamento dentro e fora do evento", diz Eloysa.

 

FOLHA - Os brasileiros não copiam muito a moda européia?
ELOYSA - Creio que o Fashion Rio possibilita discutir a moda brasileira e fazer com que as grifes se afastem dos modelos europeus e estrangeiros, encontrando um estilo próprio. O desfile é importante para que as marcas encontrem a alma do produto. Muitas delas não tinham essa alma. Agora têm, e estão vendendo suas roupas para todo o mundo.

FOLHA - Está surgindo uma nova moda carioca?
ELOYSA - Sim. É uma roupa mais despojada, jovem e bem-humorada. Além disso, é uma roupa que não fala mais do que a pessoa: ela não sufoca, mas complementa a personalidade de quem usa. Essas novas marcas estão invadindo o Brasil.

FOLHA - Que atitude vai adotar em relação ao debate sobre anorexia?
ELOYSA - Sempre tomamos o cuidado de não levar para as passarelas as pessoas que notamos não estarem com boa saúde. Continuamos atentos a isso e vamos seguir a orientação do Juizado de Menores de não permitir que trabalhem menores de 16 anos.

Volpi inspira inverno da Extra

A equipe de criação da grife Maria Bonita Extra, liderada por Andrea Marques, foi buscar nas obras do pintor Alfredo Volpi (1896-1988) a inspiração para as estampas de sua coleção de inverno no Fashion Rio.
Conhecida por criar padronagens que viraram hits de vendas e estão nos guarda-roupas de celebridades da TV e da música, Andrea aposta agora em estampas baseadas na fase mais construtivista do pintor. "Visitei uma exposição dele em São Paulo e fiquei muito inspirada pelas obras", conta.
Uma das principais apostas da coleção é o vestido que reproduz as célebres bandeirinhas de Volpi, que, mais do que fazer referência às festas juninas brasileiras, revelam um trabalho de construção geométrica e experiências cromáticas. "As formas limpas e o caráter lúdico casaram perfeitamente com o espírito despojado da Maria Bonita Extra", diz a designer.
Fenômeno de vendas no Brasil, a grife agora começa a chamar a atenção do público estrangeiro e teve uma de suas criações destacadas na edição teen da "Vogue" americana.
Sobre o episódio das três celebridades (Juliana Paes, Cleo Pires e Carolina Dieckmann) que apareceram usando o mesmo macaquinho da coleção de verão 2006, Andréa cai na risada. "Foi uma saia justa para as garotas, mas, por outro lado, isso mostra que estamos acertando em nossas apostas", afirma a estilista.

LINE-UP

DIA 14 (domingo)
18h3 Lilica Ripilica
19h300Walter Rodrigues

DIA 15 (segunda)
17h3 Márcia Ganem
18h3 Mara Mac
19h3 Melk Z-Da
20h3 Victor Dzenk
21h3 Animale

DIA 16 (terça)
10h Sommer
15h3 Novos designers:
Caroline Rossato, Luciana
Galeão e Kylza Ribas
17h3 Permanente
18h3 Maria Bonita Extra
19h3 Graça Ottoni
20h3 Drosófila
21h3 Cavendish

DIA 17 (quarta)
12h Alessa
17h3 Eliza Conde
18h3 Cantão
19h Lançamento da grife
AfroReggae
19h3 Reserva
20h3 Sta. Ephigênia
21h3 TNG

DIA 18 (quinta)
15h3 Rio Moda Hype
17h3 Layana Thomaz
18h3 Tessuti
19h3 Acquastudio
20h3 Juliana Jabour
21h3 Redley

DIA 19 (sexta)
15h3 Rio Moda Hype
17h3 Virzi
18h3 Chiaro
19h3 Elisa Chanan
20h3 Theodora
21h3 Colcci