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Música
Harper retorna ao Brasil para tocar, cantar e pegar onda
Há nove anos sem se apresentar no país, cantor e surfista dos EUA faz shows em SP, Floripa, Rio, Salvador e Porto Alegre
Músico diz que quer "ver capoeira, comer churrasco, ouvir cavaquinho" e percorrer o Sul de moto depois de apresentações
ANA PAULA BONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Se os ventos estiverem soprando para o lado certo e der
onda no fim de semana do dia
20, sorte a de quem estiver no
show do californiano Ben Harper, 37, que toca em São Paulo
nos próximos dias 22 e 23. Ele
deverá estar inspirado.
Por dois motivos: ele é surfista, assim como seus amigos-cantores Jack Johnson, 31, e
Donavon Frankenreiter, 34
-este que abre os seis shows de
Harper no Brasil-; e terá a
chance de "entrar na água", como diz, em Florianópolis, Rio e
Salvador, onde se apresenta,
respectivamente, nos dias 20,
25 e 27. Ainda faz show em Porto Alegre, no dia 18.
Além disso, sua turnê 2007
se inicia pelo Brasil, após um jejum de nove anos, quando esteve no Free Jazz de 1998.
Após esse hiato, Harper promete uma seleção de músicas
que abrace boa parte de sua
obra -sete álbuns, sendo o primeiro de 1994 ("Welcome to
the Cruel World") e o último,
"Both Sides of the Gun", de
março de 2006. "Mas nunca escolhemos o set list até talvez
uma hora antes do show."
O alívio é que de música ele
entende -de rock, funk, blues e
reggae a gospel e baladas. Em
entrevista coletiva por telefone
anteontem, com participação
da Folha, ao ouvir Harper falar
sobre a poluição de São Paulo
após ser questionado se conhece a política brasileira, não dá
para arriscar falar de mensalão
nem de violência no Rio.
O detalhe é que, na abstração
dele sobre o que lê nos jornais,
não se conclui se a poluição a
que se refere é a do ar ou a visual -em relação à lei que proíbe propaganda nas ruas, noticiada no "New York Times".
Mas não precisa saber de
Brasil para dizer que "é preciso
haver mais compaixão entre
política e grandes negócios".
"Quando é que alguém é rico o
suficiente para começar a devolver um pouco [ao povo]?"
Capoeira e cavaquinho
Aqui o que ele quer mesmo é
"ver capoeira, comer churrasco, ouvir cavaquinho". Berimbau ele até já usou na música
"Less", do álbum "Burn to Shine" (1999). E na memória sobre
o Brasil: surfe e Corcovado.
"Minha memória mais antiga
é de ver meninos "pegando jacaré" [surfar com o corpo] em ondas enormes. Não podia acreditar", diz o cantor, que, após a
turnê, percorrerá o Sul do país
por três semanas numa moto,
com um colega de sua equipe.
De sua casa em Los Angeles,
Harper antecipa um obrigado
ao Brasil. "Tenho viajado o
mundo nos últimos dez anos, e,
em todo show, há fãs brasileiros. Obrigado a vocês por manterem a música tão viva."
Ben Harper diz não ver a hora de subir ao palco com sua
banda, a Innocent Criminals,
cuja atual formação está tocando "da forma mais excitante".
Após 13 anos de carreira, a afinidade é tão grande que, em Paris, em 2006, eles gravaram um
novo disco em uma semana.
O que era regra nos discos
anteriores -Harper assinar letra e melodia- virou exceção
neste, a ser lançado em setembro. "Fiz as letras, mas todas as
músicas, exceto talvez uma, foram uma parceria [com a banda]". E como é o disco? "Acústico. É disco de um compositor."
BEN HARPER
Quando: 22 e 23/01
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, tel.
0/xx/11/3089-6999)
Quanto: de R$ 150 a R$ 300
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