|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
comentário
Vinho do sonho é o que cabe no bolso
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Afinal, qual seria o vinho
dos meus sonhos? Num
mundo que conta com maravilhosos exemplares,
candidatos não faltam.
Poderia ser, por exemplo, um dos crus de
Bordeaux, de safras como
1959 ou 1961, anos que
produziram gigantes,
como o Latour e o Haut-Brion, ou ainda algum
das preciosas colheitas de
1982 e 1985.
Ou talvez um grande
Borgonha, como um Montrachet ou algum dos tremendos La Tache, do eterno Domaine de la Romanée-Conti.
Por que não sonhar
também em perambular
(sem pressa, bússola ou
GPS, perdido mesmo) pelas caves de Champagne,
procurando velhas cuvées
daqueles deliciosos espumantes gauleses, que a patina do frio e do tempo
convertem numa das bebidas mais complexas e divinas do planeta?
Bons para o espaço onírico de qualquer um -apesar, garanto, das costumeiras e caríssimas decepções-, pelo preço ou raridade, esses são goles que,
infelizmente, estão longe
do alcance da maioria.
Sonho ou não, o vinho é,
sobretudo, sinônimo de
prazer e alegria, sensações
magníficas, que adoramos
sentir com a maior frequência possível.
Por isso, confesso, no
universo dos bons vinhos,
os que mais ocupam os
meus pensamentos são todos aqueles que cabem no
meu bolso e que eu posso
comprar e desfrutar ao lado das pessoas queridas.
Aliás, essa é uma maneira simples e fantástica de
poder transformar, de forma cotidiana, garrafa atrás
de garrafa, sonho e desejo,
na mais deliciosa e feliz
das realidades.
Texto Anterior: Bebida: Vinho dos sonhos Próximo Texto: Televisão/Moda: Série traz moda artesanal de Villaventura Índice
|