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Televisão/Crítica
Paisagens são o melhor de "Diários de Motocicleta"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É difícil dizer o que deu errado em "Diários de Motocicleta" (TNT, 19h25, classificação
indicativa não informada), mas
que deu, deu. O filme de Walter
Salles enfoca a viagem iniciática de um jovem Che Guevara
pela América do Sul, em companhia do seu amigo Alberto
Granado.
Em princípio, um tema fascinante, porque quem não viajou
na juventude pela América do
Sul ao menos sonhou fazê-lo.
Quase todos, em todo caso. E
dessa viagem é que surgirá na
mente de Guevara a ideia de
transformar a realidade.
Algumas coisas parecem fora
do lugar. Por exemplo: Granado é, no filme, um personagem
muito mais interessante que
Guevara. É mais maduro. Guevara parece apreender as coisas
pelos olhos do outro (com exceção dos minutos finais).
A melhor lembrança que deixa "Diários de Motocicleta" é,
afinal, turística: este é um filme
de paisagens sedutoras, não raro inesquecíveis. Mas a intenção não parece ter sido esta. Algo não se fechou no círculo.
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