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Cerveny expõe "pequeno grande" mundo
Exposição individual no mezanino da Casa Triângulo reúne trabalhos feitos pelo artista nos últimos dez anos
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à onda do "vale
qualquer coisa" que perpassa a
arte contemporânea, a reflexão
de Alex Cerveny é um pequeno
respiro. Com desenhos, gravuras e pinturas que exibe a partir
de hoje na galeria Triângulo, o
artista paulistano apresenta
seu mundo onírico, ora mágico,
ora trágico, mas sempre detalhista, interessante, cheio de
meandros.
Os trabalhos apresentados
-a maioria deles de pequenas
dimensões- datam de seus últimos dez anos de produção.
Embora o conjunto não seja tão
impressionante quanto aquele
apresentado na Estação Pinacoteca em agosto de 2005 (onde expôs cerca de 200 ilustrações), está mantida na pequena
mostra a fina sensibilidade irônica que permeia a trajetória do
artista.
É assim com a dupla de gravuras "Gracias a la Vida" e
"Gracias a la Muerte", desfilar
de personagens, seres encantados e símbolos, com infinitas
referências. É assim com "Cidades Satélites", obra de 1997
que recentemente voltou da galeria Ruta Correa, em Freiburg
(Alemanha), e que, segundo o
artista, "resume o espírito da
exposição". É assim, finalmente, com a "La Adoración del Cubo Blanco", deliciosa sátira sobre o universo da arte.
"Não consigo considerar trabalhos de dez anos atrás como
"velhos". Nessa exposição mostro coisas que eu guardava e
que pensei que nunca seriam
expostas, nunca... Alguns trabalhos "secretos'", diverte-se
Cerveny em rápida entrevista à
Folha, jornal para o qual trabalhou entre 1998 e 2005, como
ilustrador da coluna de Bárbara
Gancia, ocupando o posto que
um dia fora de Leonilson.
Em texto no convite, o artista
comenta a dimensão dos trabalhos expostos:
"Os pequenos formatos revelam minha predileção para o
conforto portátil, mas o espaço
que me interessa aqui é o mental", escreve Cerveny, trazendo
um pouco de ar para uma sociedade que cada vez mais se esquece de pensar.
Tony Camargo
Uma pena que todo esse universo esteja confinado apenas
no mezanino da galeria. Na sala
principal, a Triângulo expõe
sua novidade, o jovem curitibano Tony Camargo. Destaque na
mostra Rumos e no Panorama
do MAM-SP 2005, o artista
apresenta sua primeira incursão pela pintura depois de passagens pelo desenho, fotografia
e objetos. Em sua primeira individual na galeria, Camargo
expõe grandes telas com desenhos circulares -experimento
cromático derivado de sua pesquisa prévia com arte digital.
ALEX CERVENY E TONY CAMARGO
Quando: abertura hoje, das 20h às
23h; de ter. a sáb., das 11h às 19h;
até 5/5
Onde: Casa Triângulo (r. Paes de
Araujo, 77, Itaim, tel. 0/xx/11/3167-5621)
Quanto: entrada franca
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