São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2004

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POLÍTICA CULTURAL

Empresa apoiará 189 iniciativas provenientes de três áreas

Petrobras investirá R$ 60 mi em projetos para este ano

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Maior financiadora da cultura nacional, a Petrobras anunciou ontem os projetos que patrocinará neste ano. Serão 189 iniciativas -desse total 141 foram escolhidas por meio de seleção pública-, que receberão, ao todo, R$ 60 milhões.
Três áreas receberão recursos: cinema, que ficou com o maior quinhão -R$ 23 milhões-, música e preservação do patrimônio imaterial e da memória da artes brasileiras -uma iniciativa inédita, segundo a empresa. Neste ano, a estatal não apoiou, como já havia feito antes, projetos de artes visuais e teatro.
Os outros 48 projetos patrocinados foram escolhidos pela própria empresa e receberão R$ 15 milhões. Alguns deles são eventos que a companhia já apóia -como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e o Festival de Teatro de Curitiba.
O investimento total da Petrobras em cultura neste ano, no entanto, será menor: o orçamento prevê R$ 89 milhões, contra R$ 93,7 milhões de 2003 -o valor inclui ainda patrocínios permanentes, como os dados ao grupo Corpo e a Orquestra Petrobras Pró-Música. A BR Distribuidora, subsidiária da estatal, também reduziu sua verba -de R$ 35 milhões para R$ 28 milhões. A estatal não explicou o motivo da redução.
Produções de cinema receberão R$ 2 milhões para apoio à exibição em salas comerciais. Entre os selecionados, há diretores menos conhecidos, mas predominam nomes já consagrados, como os de Ugo Giorgetti e Beto Brant. Serão patrocinados 28 longas.
Apesar disso, a gerente de patrocínios da Petrobras, Eliane Costa, disse que a empresa quer incentivar produções em cinema digital, curtas e a difusão da produção cinematográfica pelo Brasil. Cita o apoio ao festival Cine PE (Pernambuco) e ao 1º Festival de Cinema de Belém.
Embora 68% dos projetos estejam concentrados no eixo Rio-São Paulo, a gerente de patrocínios afirmou que o objetivo é que "os projetos sejam representativos das diversidades étnicas e geográficas do Brasil".
Presente ao evento de lançamento, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, fez um discurso na mesma linha. Destacou ainda a importância da seleção pública e "o DNA fomentador que um projeto desses tem". Ele aproveitou para conclamar que outras empresas também invistam em cultura.
Para Gil, o projeto Petrobras Cultural permitiu "uma maior articulação" entre os objetivos da estatal e do ministério. Ele destacou ainda o ineditismo do apoio à preservação da memória das artes e às novas tecnologias.
Os projetos de música receberão R$ 10 milhões. O consultor da Petrobras para a área, o compositor José Miguel Wisnik, ressaltou que o objetivo não é financiar projetos de nomes já consagrados, mas sim dar apoio a artistas que não têm espaço nas gravadoras. Todos os projetos terão ainda de ser aprovados pelo Ministério da Cultura, que avaliará se eles se enquadram às regras da Lei Rouanet. Pela lei, a Petrobras deduz o patrocínio do Imposto de Renda.


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