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POLÍTICA CULTURAL
Empresa apoiará 189 iniciativas provenientes de três áreas
Petrobras investirá R$ 60 mi
em projetos para este ano
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Maior financiadora da cultura
nacional, a Petrobras anunciou
ontem os projetos que patrocinará neste ano. Serão 189 iniciativas
-desse total 141 foram escolhidas por meio de seleção pública-, que receberão, ao todo, R$
60 milhões.
Três áreas receberão recursos:
cinema, que ficou com o maior
quinhão -R$ 23 milhões-, música e preservação do patrimônio
imaterial e da memória da artes
brasileiras -uma iniciativa inédita, segundo a empresa. Neste
ano, a estatal não apoiou, como já
havia feito antes, projetos de artes
visuais e teatro.
Os outros 48 projetos patrocinados foram escolhidos pela própria empresa e receberão R$ 15
milhões. Alguns deles são eventos
que a companhia já apóia -como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e o Festival de
Teatro de Curitiba.
O investimento total da Petrobras em cultura neste ano, no entanto, será menor: o orçamento
prevê R$ 89 milhões, contra R$
93,7 milhões de 2003 -o valor inclui ainda patrocínios permanentes, como os dados ao grupo Corpo e a Orquestra Petrobras Pró-Música. A BR Distribuidora, subsidiária da estatal, também reduziu sua verba -de R$ 35 milhões
para R$ 28 milhões. A estatal não
explicou o motivo da redução.
Produções de cinema receberão
R$ 2 milhões para apoio à exibição em salas comerciais. Entre os
selecionados, há diretores menos
conhecidos, mas predominam
nomes já consagrados, como os
de Ugo Giorgetti e Beto Brant. Serão patrocinados 28 longas.
Apesar disso, a gerente de patrocínios da Petrobras, Eliane
Costa, disse que a empresa quer
incentivar produções em cinema
digital, curtas e a difusão da produção cinematográfica pelo Brasil. Cita o apoio ao festival Cine PE
(Pernambuco) e ao 1º Festival de
Cinema de Belém.
Embora 68% dos projetos estejam concentrados no eixo Rio-São Paulo, a gerente de patrocínios afirmou que o objetivo é que
"os projetos sejam representativos das diversidades étnicas e
geográficas do Brasil".
Presente ao evento de lançamento, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, fez um discurso na mesma linha. Destacou ainda a importância da seleção pública e "o
DNA fomentador que um projeto
desses tem". Ele aproveitou para
conclamar que outras empresas
também invistam em cultura.
Para Gil, o projeto Petrobras
Cultural permitiu "uma maior articulação" entre os objetivos da
estatal e do ministério. Ele destacou ainda o ineditismo do apoio à
preservação da memória das artes
e às novas tecnologias.
Os projetos de música receberão R$ 10 milhões. O consultor da
Petrobras para a área, o compositor José Miguel Wisnik, ressaltou
que o objetivo não é financiar
projetos de nomes já consagrados, mas sim dar apoio a artistas
que não têm espaço nas gravadoras. Todos os projetos terão ainda
de ser aprovados pelo Ministério
da Cultura, que avaliará se eles se
enquadram às regras da Lei Rouanet. Pela lei, a Petrobras deduz o
patrocínio do Imposto de Renda.
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