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Emissora quer lucrar com produtos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Ao mesmo tempo em que tenta
manter o conteúdo de suas novelas à altura da audiência, a Rede
Globo, por meio de uma divisão
comercial, aposta cada vez mais
no lançamento de seus programas como produtos, alçados por
meio de campanhas de marketing
que vão além de chamadas durante a programação.
Como aconteceu em "Chocolate com Pimenta" (2003), do mesmo autor -quando foi firmado
um acordo com uma rede de docerias que produziu durante a novela um bolo com os dois ingredientes-, o flerte com a área comercial se repetirá em "Alma Gêmea", em que a estratégia, liderada pela Globo Marcas, inclui a
venda de flores e de um anel, ambos usados como símbolos dos
protagonistas da trama.
As flores -simbolizadas nas
rosas cultivadas pelo botânico Rafael (Eduardo Moscovis)- já começaram a ser vendidas em floriculturas do Rio de Janeiro, de São
Paulo e em lojas virtuais, pela internet. A ação vai até o dia 26, uma
semana após a estréia da novela, e
prevê a venda de arranjos com rosas brancas e vermelhas batizados
com o nome da produção, ao custo de R$ 120 a R$ 180.
"Rosas são uma expressão do
amor romântico. Quando a gente
ama ou quer conquistar alguém,
manda rosas. A rosa também é,
tradicionalmente, um símbolo da
alma", defende o autor, Walcyr
Carrasco, em material divulgado
pela CGCom (Central Globo de
Comunicação).
Nas lojas, a emissora instalou
banners que anunciam a estréia
da novela e oferece também aos
clientes a possibilidade de ganhar
prêmios com os produtos da novela por meio de uma promoção.
Antes da estréia, a Globo também distribuirá rosas em restaurantes e locais públicos de São
Paulo e do Rio.
O projeto mais ambicioso da
trama, no entanto, é o anel "Alma
Gêmea", sugestão do novelista.
Desenvolvido por uma empresa
brasileira do ramo de bijuteria, será vendido em dois modelos, banhados em prata e em ouro.
O anel é o elo do protagonista
com sua mulher, Luna (Liliana
Castro), que morre precocemente
e reencarna na índia Serena (Priscila Fantin). Segundo sugestão do
próprio Carrasco, é composto por
três alianças. Quando aberto, forma um coração.
O anel chega ao mercado junto
da novela, no dia 20, e custará, em
média, R$ 70. Há projetos para
exportar o anel quando o programa for exibido no exterior.
Carrasco diz que não vê problema na vinculação do conteúdo
com o comercial. "Acho que as
pessoas gostam de possuir um
objeto. É uma forma de se sentirem incluídas na obra como um
todo. A idéia do anel, inclusive, foi
minha. Ganhei de uma amiga e
resolvi que seria o anel da novela."
O "pacote" inclui o CD com a
trilha sonora, criado "para cantar
um amor que sobrevive à morte",
segundo a emissora, com Roberto
Carlos, Fábio Jr., Zélia Duncan e
Maria Bethânia, entre outros.
Não é de hoje que produtos das
novelas da Globo fazem sucesso
entre o público. Os espectadores
querem informações sobre os objetos de decoração das casas mostrados nas novelas, dos acessórios
usados pelas atrizes e das roupas.
"América" também segue o
modelo de novela-produto: assim
que começou a ser exibida, já queria ditar moda com botas de uma
famosa empresa calçadista de
Franca (SP), um chapéu country e
um álbum de fotos dos personagens vendido em bancas.
(MB)
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