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TV
Nova novela das seis da Globo, de Walcyr Carrasco, estréia no dia 20 com temática de ocultismo e "renovação do amor"
"Alma Gêmea" fatura com sobrenatural
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Você acredita em vida após a
morte, reencarnação e que toda
panela tem sua tampa? Se não,
saiba que nos próximos meses você estará em minoria. É que começa no dia 20, "Alma Gêmea", a
mais nova investida da Globo no
horário das 18h, onde ocultismo é
a grande tônica, mesmo que seja
apenas uma visão unilateral e não
pluralista de algumas religiões.
A trama está nas mãos do dramaturgo Walcyr Carrasco, 53, conhecido por suas novelas de época e, especialmente, por salvar audiências. Vem de uma passagem
emergencial no horário nobre em
"Esperança" e de novelas de sucesso como "O Cravo e a Rosa" e
"Chocolate com Pimenta", todas
com fórmulas -que ele nega seguir- parecidas: um casal protagonista é impedido de viver junto
até o final do folhetim; vilões atrapalham a felicidade das pessoas;
há pitadas de humor em núcleos
caipiras e temas polêmicos.
"Não há segredo. Um autor tem
que se entregar à sua criação, inteiramente. Se eu soubesse de onde surgem as idéias... acho que a
novela veio da minha própria experiência mística. Respeito todas
as religiões", afirma Carrasco.
O protagonista, Rafael (Eduardo Moscovis), se apaixona por
Luna (Liliana Castro), que morre
e reencarna depois em Serena
(Priscila Fantin). "A intenção não
é fazer uma novela dogmática, defendendo esta ou aquela crença,
mas uma história sobre a esperança e sobre a eterna renovação
do amor", diz o autor.
Entre o elenco, no entanto, a
crença parece unânime. Priscila
Fantin, a protagonista, acredita
em reencarnação. "Já li a respeito,
mas nunca freqüentei locais nem
tive experiências", diz a atriz. Elizabeth Savalla, que na novela faz
uma mulher cética, também leva
a questão a cabo. Carrasco aposta
na personagem como contraponto. "Ela não acredita em nada,
acha que tudo é besteira. É o equilíbrio à crença dos personagens",
defende o novelista. "Estudei
muito o tema antes de pensar na
novela. Acho que a magia é possível, mas de um ponto de vista benéfico, que leve ao crescimento
interno das pessoas."
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