São Paulo, domingo, 12 de junho de 2005

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TV

Nova novela das seis da Globo, de Walcyr Carrasco, estréia no dia 20 com temática de ocultismo e "renovação do amor"

"Alma Gêmea" fatura com sobrenatural

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Você acredita em vida após a morte, reencarnação e que toda panela tem sua tampa? Se não, saiba que nos próximos meses você estará em minoria. É que começa no dia 20, "Alma Gêmea", a mais nova investida da Globo no horário das 18h, onde ocultismo é a grande tônica, mesmo que seja apenas uma visão unilateral e não pluralista de algumas religiões.
A trama está nas mãos do dramaturgo Walcyr Carrasco, 53, conhecido por suas novelas de época e, especialmente, por salvar audiências. Vem de uma passagem emergencial no horário nobre em "Esperança" e de novelas de sucesso como "O Cravo e a Rosa" e "Chocolate com Pimenta", todas com fórmulas -que ele nega seguir- parecidas: um casal protagonista é impedido de viver junto até o final do folhetim; vilões atrapalham a felicidade das pessoas; há pitadas de humor em núcleos caipiras e temas polêmicos.
"Não há segredo. Um autor tem que se entregar à sua criação, inteiramente. Se eu soubesse de onde surgem as idéias... acho que a novela veio da minha própria experiência mística. Respeito todas as religiões", afirma Carrasco.
O protagonista, Rafael (Eduardo Moscovis), se apaixona por Luna (Liliana Castro), que morre e reencarna depois em Serena (Priscila Fantin). "A intenção não é fazer uma novela dogmática, defendendo esta ou aquela crença, mas uma história sobre a esperança e sobre a eterna renovação do amor", diz o autor.
Entre o elenco, no entanto, a crença parece unânime. Priscila Fantin, a protagonista, acredita em reencarnação. "Já li a respeito, mas nunca freqüentei locais nem tive experiências", diz a atriz. Elizabeth Savalla, que na novela faz uma mulher cética, também leva a questão a cabo. Carrasco aposta na personagem como contraponto. "Ela não acredita em nada, acha que tudo é besteira. É o equilíbrio à crença dos personagens", defende o novelista. "Estudei muito o tema antes de pensar na novela. Acho que a magia é possível, mas de um ponto de vista benéfico, que leve ao crescimento interno das pessoas."


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