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Festival premia curtas feitos no celular
Os organizadores do "Mobile Film Festival", de Bruxelas, esperam receber 10 mil vídeos até 22 de junho
CRISTINA TARDÁGUILA
FERREIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Transformar-se em um cineasta reconhecido e premiado
está ficando cada vez mais simples e barato. Agora, quem tem
uma boa idéia de roteiro na cabeça e um telefone celular com
câmera embutida na mão pode
chegar lá. Basta participar de
competições como o "Mobile
Film Festival", de Bruxelas, o
primeiro festival belga de curtas gravados com o celular.
Desde o último dia 2, quando
foi dada a largada desta curiosa
competição, o site do evento
(www.mobilefilmfesti
val.be) vem recebendo milhares de e-mails com produções
de até um minuto de duração
vindas de todos o mundo, sem
tema preestabelecido.
O consultor de marketing
belga Frederic Bonus-Plumridge, 38, um dos candidatos,
concorrerá com dois curtas baseados numa mesma premissa:
a de que o celular prolonga os
sentidos humanos, criando
verdadeiros super-heróis.
"No primeiro curta, vou lembrar como era a vida sem um
celular e mostrar que já não somos ninguém sem ele. No segundo, apresentarei aplicações
que o telefone pode vir a ter.
Quero provar que, se hoje o telefone potencializa nossa audição e fala, em pouco tempo poderá potencializar também os
outros sentidos", disse o belga.
"Tenho uma boa idéia na cabeça e vou contar com a ajuda
de meus amigos e familiares
para gravar os filmes. O problema é que não tenho um programa de edição em casa, e tudo
tem de sair certinho de uma só
vez", acrescentou, animado.
Até 22 de junho, data limite
para as inscrições, os organizadores esperam receber cerca
de 10 mil vídeos. Todos terão
direito a concorrer a um dos
quatro prêmios Mobile D'Or
(celular de ouro), que serão entregues no dia 23 numa cerimônia no Cassino de Bruxelas.
O júri da competição, que
conta com o apoio da Prefeitura de Bruxelas, da Mobistar, da
Nokia, da Geomatics e da Fnac,
será composto por três artistas
da TV belga (Nathalie Uffner,
Laurence Bibot e Frédéric Jannin), dois jornalistas (Jan De
Ryck e Ben Roelants) e o presidente do Festival de Filmes
Fantásticos da Bélgica, Georges Delmotte.
Eles, no entanto, não assistirão a todos os 10 mil minutos
de vídeo que devem ser inscritos na competição. Uma equipe
de 14 pessoas já começou a fazer uma pré-seleção para filtrar o que realmente tem chances de vencer em uma das quatro categorias da competição:
melhor filme, melhor roteiro
adaptado, roteiro mais inesperado e roteiro "mais louco". "Os
jurados verão só uns 300 vídeos, ou seja, umas cinco horas
de gravações. Não é tão ruim
assim", disse o presidente da
Geomatics, Alain van Gelderen, entre risos.
O público interessado em
acompanhar o dia-a-dia da
competição e em ser jurado poderá assistir às obras pela internet, no site do festival. Lá,
será possível votar no trabalho
mais interessante e ajudá-lo a
ganhar o prêmio do público.
Os primeiros lugares de cada
categoria levarão para casa,
além da fama e do reconhecimento, um aparelho que custa
cerca de 600 euros (R$ 1.400)
no mercado europeu.
Van Gelderen está certo de
que a competição terá um alto
nível. "Acho que não haverá
profissionais de cinema participando do festival, mas acredito que os concorrentes serão
pessoas ligadas à tecnologia e à
imagem, o que garantirá a qualidade das produções."
"Claro que estamos prontos
para receber produções vindas
do Brasil. Se elas forem boas,
ganharão nossos prêmios",
acrescentou o presidente da
Geomatics, que já fala em organizar por aqui um festival semelhante ao belga. Então, luz,
celular e ação, porque ainda dá
tempo de mandar um vídeo.
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